O atendimento psicossocial a adultos de Marília deve deixar a zona sul da cidade nos mudar nos próximos dias para novo endereço, com imóvel alugado no bairro Maria Izabel, e promessa de oferecer estrutura mais adequada aos cerca de 250 pacientes atendidos, um aumento de 30% em menos de dois anos.

O Caps Com-Viver (Centro de Atenção Psicossocial) oferece atendimento de dois psiquiatras, duas psicólogas, equipe de enfermagem (duas enfermeiras, três técnicas e uma auxiliar), um terapeuta ocupacional e duas assistentes sociais. Unidade conta ainda com apoio de uma profissional de serviços gerais, um motorista e um vigia.

Segundo a supervisora do Programa de Saúde Mental do município, a psicóloga Simone Alves Cotrim Moreira, que o prédio atual já não atendia mais as necessidades. Além de antigo, ficou acanhado para oferecer condições adequadas às oficinas terapêuticas, consultórios e espaços de convivência.

​“O Caps proporciona consulta médica e de enfermagem, atendimento social e psicológico, mantém oficinas diversas (culinária, teatro, musicalização, artes manuais) em um espaço onde estimulamos o desenvolvimento humano e social. A proposta é abrangente e os resultados terapêuticos têm sido surpreendentes”, afirma Simone.

Os usuários têm diferentes perfis e planos terapêuticos, de acordo com o comprometimento psíquico. Há pacientes em tratamento intensivo com rotina de atendimento quase diária. Outros que mantêm o vínculo, mas necessitam de atendimento esporádico. A avaliação e indicação em cada caso é dos profissionais.

“Ficamos muito felizes, por exemplo, quando vemos um paciente se reabilitar, conquistar vaga de emprego, retomar estudos, planejar casamento. Essas conquistas nos mostram que essa luta vale muito a pena. Investir na Saúde Mental é acreditar no ser humano, acreditar na vida”, disse Silvana Verza Garbelini, assistente social e gerente do Caps.

A nova instalação está localizada na rua Marquês de São Vicente, 322, no Jardim Maria Isabel (proximidades do Yara). O serviço funcionava há 14 anos na avenida João Ramalho, ao lado da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe (zona sul).

Aos 62 anos, Cleuza dos Santos, moradora no bairro Palmital, conta que o Caps é sinônimo de vida e de esperança. Ela não imaginava que precisaria de cuidados, mas tornou-se paciente depois da morte do irmão, que também frequentava a unidade.

O preconceito, a falta de compreensão de parte das pessoas sobre as angústias da mente deixaram de incomodar a dona de casa. “A gente percebe que existe discriminação sim, mas não me preocupo com isso. Se não fosse o Caps não sei o que teria sido de mim, porque tive muitas perdas em pouco tempo”, relata.

A inauguração das novas instalações do Caps Com-Viver acontece no dia 2 de agosto (sexta-feira), a partir das 9h, e contará com apresentações artísticas dos pacientes e a presença de familiares, profissionais da área da saúde mental e autoridades.