O 28º Encontro de Abordagens Humanistas e Fenomenológicas “A Roda da Vida – A Saúde Como Figura” vai reunir em Marília psicólogos e profissionais e estudantes das áreas de Saúde e Educação para palestras e debates para ‘olhar para a vida’ e as diferentes situações de ‘adoecimento da humanidade’.

Organizado pelo Dasein (Grupo de Apoio a Formação Terapêutica), é coordenador por Rosângela Garcia Kohlmann, Gestalt-terapeuta clínica e acontece dias 19 e 20 de maio, no Alves Hotel.

O encontro traz a infância, adolescência, os limites, a família e outras fases da vida, bem como aspectos do mundo atual que levam a processos de adoecimento.

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Um dos temas que tem chamado a atenção de especialistas é o suicídio. Registros frequentes, principalmente entre adolescentes, assustam não apenas os profissionais como também todos os envolvidos ao redor.

O evento anual aborda ainda atenção às coisas mais naturais, o orgânico, a calmaria, os filhos sem a presença dos pais, o cuidar, e a saúde que envolve doenças emocionais como a depressão, ansiedade e o pânico, lembra a coordenadora.

Rosângela Kohlmann lembra que além da pessoa que chega ao ato extremo de morte, nos consultórios também têm de trabalhar o luto dos sobreviventes. Mais que buscar uma explicação do que leva a pessoa ao suicídio, o grupo quer discutir as relações amorosas, os conflitos entre casais, sexualidade, o vazio que está existindo dentro das relações.

“O afeto virou cafona; ser romântico é do tempo da avó. Esta falta leva a falência das relações”, explica Rosângela Kohlmann. Ela cita ainda perdas em relações provocadas pelo uso abusivo do celular.

“Hoje não tem mais conversa, o aparelho se tornou mais importante que a vida; tudo colabora para o distanciamento, terminam o relacionamento por causa do celular; a presença do outro ficou de lado, a parceria. Os pais devem se voltar mais – hoje tem-se a ideia que enquanto pais tem de dar tudo, pagar tudo e a criança fica muito sozinha. A convivência no campo familiar está enfraquecida e, crianças, adolescentes não têm suporte para enfrentar as frustrações, se trancam. Eles estão em processo e como ajudar?, ficando mais próximo, mais presente. Não só a depressão leva ao suicídio. As dificuldades de superar frustrações, a influência tecnológica...hoje não tem mais saúde.” 

Conseguir se posicionar - “eu estou precisando de ajuda” – e fazer com que o outro perceba não é fácil no mundo contemporâneo. “Esse cuidado um com o outro virou artigo de luxo, assim como a troca, o carinho, o diálogo. Hoje as pessoas não ouvem, não compartilham, não abraçam”, e isso deveria ocorrer em casa, com vizinho, no trabalho, na área em que atua.


A escola também entra como apoio para discutir o assunto. Ela deve estar fortalecida, somar sabedorias. No momento de surto, tem de ter base para saber como funcionam estas questões, por isso a importância de uma equipe multidisciplinar para ajudar neste contexto, tem os pais sobreviventes e tudo envolve a população.

A coordenadora ressalta ainda que é preciso estar atendo pois quem fala em se matar está pedindo socorro. Vem a necessidade de valorização da vida. Quando passa o pensamento de morte a pessoa já está chamando por socorro. Amigos, pais, escolas, colegas de trabalho e de classe devem comunicar, qualquer sinal.

“Na verdade a pessoa não quer se matar, quer que morra a situação difícil que está vivendo, mas no momento mistura tudo e acaba praticando o ato extremo”, conclui.

A maior parte dos palestrantes são escritores dentro do contexto da psicologia, no Brasil, como Valdemar Augusto Angerami Camon (de São Paulo), que abordará “Suicídio. Uma alternativa à vida” e Maria Alves de Toledo Bruns (Campinas), falando sobre “Amores e desamores contemporâneos. O que é dar certo?”.

No primeiro dia (19/5), ainda serão colocados questões como “Subjetividade e noções de cuidado em saúde”, com Nilton Julio de Faria (Campinas); “Autismo: um novo olhar sobre a vida”, com Adélia Rubia Ferreira (Marília) e a mesa redonda “A psicologia e suas interfaces: diversidade de atuações e recursos”, com Rafael Renato dos Santos (Itapetininga), Rafael Kwiatkoski (Presidente Prudente) e Carla Cristina Marinho (Marília).

No domingo (20/5), os trabalhos envolvem “Acompanhamento terapêutico: andanças lúdicas entre ‘loucos”, com Nilson dos Santos Evaristo Junior e “A roda da vida: a saúde na contemporaneidade”, com Rosana Zanella, ambos de São Paulo.

As informações e inscrições para o 28º Encontro de Abordagens Humanistas e Fenomenológicas “A Roda da Vida – A Saúde Como Figura”, podem ser obtidas através do e-mail: [email protected] e do whatsApp (14) 98101-4817. 

Serviço
28º Encontro de Abordagens Humanistas e Fenomenológicas “A Roda da Vida – A Saúde Como Figura”
Dias 19 e 20 de maio
Onde: Alves Hotel
Informações e inscrições: e-mail: [email protected];  WhatsApp (14) 98101-4817