Um projeto de pesquisa que orienta estudantes do ensino fundamental II a atuar com iniciação científica pode dar a Marília um prêmio estadual em feira de ciências e levar ideia de duas alunas até para o exterior.

A pesquisa, desenvolvido na escola Gabriel Monteiro da Silva, está entre os nove finalistas da categoria júnior da Feira de Ciências das Escolas Estaduais. Em todas as categorias são 30 finalistas.

“Pinte e Divirta-se sem Riscos” foi desenvolvido pelas estudantes Daniela Ester Knopp  e Giovana Ramos Belantani para criar uma tinta a partir de corantes naturais. Com isso evita riscos de intoxicação, especialmente nos casos em que crianças levam tinta à boca.

Todo o projeto é desenvolvido com rigor e controle de iniciação científica, como em faculdades, com regras de normas técnicas, revisões e métodos. A diferença é que aqui são projeto de estudantes na faixa dos 14 anos, em oitavo e nono anos de escola.

Antes de chegar à Feira, o projeto já passou por apresentações em faculdades de Adamantina e na Famema, que virou parceira da pesquisa. Uma alegria a mais para as meninas: as duas querem ser médicas.

O projeto é resultado de um conjunto de acertos: a disposição das duas – que são boas alunas em geral e mostraram muito esforço-, a orientação da orientadora Priscilla Gomes Soares, o suporte da diretoria, sob comando da professora Cássia  Regina Rodrigues Rossin, e a possibilidade de uma escola de ensino integral com espaços físicos e serviços de apoio.

“A escola regular, padrão, busca a excelência acadêmico e o currículo normal. A escola de tempo integral tem condições de explicar outras atividades. Nós temos a iniciação científica, que hoje envolve 30 estudantes, mas também temos informática, esportes, teatro e outras atividades”, conta a diretora.

A professora Priscilla Ramos explica que os projetos de iniciação começaram em 2015. Em 2016 já havia sete projetos, em 2017 foram 18 e a expectativa é chegar a 30 neste ano. Todos são desenvolvidos em dupla.

“É uma das regras e é importante porque um aluno incentiva o outro. É muito difícil. São revisões, correções, referências, leitura. Exige dedicação mesmo, esforço pessoal, vai além da carga horária do projeto”, diz a professora.

Daniela teve que deixar a pesquisa neste ano. Ela iniciou o 1º ano do ensino médio e teve que mudar de escola. Mas já busca as propostas de pesquisa na nova casa, o Amilcare Mattei, também com período integral.

Giovana avança para novas etapas, deve receber nova parceira e no ano que vem também passa o bastão. A paixão pela pesquisa e os desafios vão com as alunas, mas o projeto fica na escola, que já teve outras pesquisas em boas avaliações e exposição em encontros científicos.

O resultado deste sucesso é conhecido. Com quase 400 alunos, a escola tem pelo menos 300 estudantes em fila de espera para matrículas. “Tem muita procura, mas não tem jeito, só se eu pudesse construir outra escola aqui do lado”, diz a diretora. Poderia ser ouvida. Construir escolas, boas escolas, é sempre um ótimo projeto.



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