Quebra do sigilo telefônico da ex-mulher; buscas no Whatsapp, novos procedimentos de perícias. À véspera de uma reconstituição da morte de Daniel Ricardo Silva, 37, no Motel Fênix de Marília, uma longa lista aponta novos procedimentos de investigação a serem inseridos no caso
Os pedidos dos novos procedimentos foram apresentados pela defesa do coronel Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, que está na reserva da Polícia Militar, acusado de matar Daniel.
O promotor Rafael Abujamra concordou com a maioria dos pedidos, mas apresentou manifestação contra dois deles em especial.
O primeiro é o uso de armas apreendidas na reconstituição, já que nenhuma deles foi usada no crime – a arma não foi encontrada até hoje –.
E o segundo é a possibilidade de a reconstituição ser feita com versões apresentadas pelas partes no momento. A Justiça fará o procedimento com as informações já inseridas no processo.
O caso aguarda agora manifestação do juiz Paulo Gustavo Ferrari, da 2ª Vara Criminal da cidade.
QUEBRA DE SIGILO
Entre as medidas de maior impacto estão uma perícia no telefone celular de Adriana Luiza da Silva, policial militar que vivia em união estável com Dhaubian na época do caso – os dois se separaram depois -.
Foi pedido ainda levantamento de arquivos de mensagens do WhatsApp, que pode indicar especialmente conversas entre Adriana e Daniel. Os dois mantinham um relacionamento na época estiveram juntos até a madrugada anterior à morte.
O advogado Aryldo de Oliveira de Paula, que representa o coronel, pede ainda novas perícias sobre o local, incluindo pegada do coronel para confrontar informações sobre uma possível adulteração da cena.
Há também situações mais simples, como autorização para que o coronel participe com roupas civis e não o uniforme do presídio Romão Gomes, onde está recolhido desde novembro de 2021.
A defesa pede ainda que Dhaubian possa ir até a sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na cidade para coleta de digitais a serem usadas em procedimento em que ele pede registro como advogado.
O CASO
Dhaubian Barbosa, coronel reformada do PM e acusado pela morte de Daniel, morto em um motel de Marília
Daniel foi morto na manhã do dia 31 de outubro quando chegava ao Motel Fênix, uma das unidades em uma rede gerenciada pelo coronel Dhaubian e família, onde vivia como funcionário.
Ex-presidiário, ele já havia trabalhado para Dhaubian quando ainda cumpria pena no semiaberto e foi contratado após deixar o sistema prisional. Vivia há alguns meses no motel.
Na noite anterior à sua morte, esteve em encontro com a esposa de Dhaubian em um motel de Assis. Chegou a Marília no começo da manhã e ao motel por volta de 6h. Ainda teria brincado que se Dhaubian descobrisse ele seria morto.
Minutos depois foi baleado por Dhaubian em um corredor do motel, ainda tentou se afastar mas caiu ao lado da entrada de uma das suítes, onde morreu.