O juiz Paulo Gustavo Ferrari, da 2ª Vara Criminal de Marília, determinou a apreensão de um, telefone celular e a quebra do sigilo para a linha usada pela policial militar Adriana Luiza da Silva, ex-companheira do coronel da reserva Dhaubian Braga Barbosa, acusado pela morte de Daniel Ricardo Silva no Motel fênix de Marília.
A decisão atende um pedido da defesa e envolve outras medidas de apuração, como notificação para que o Whatsapp forneça dados de conversas da policial e Daniel, que mantinham um relacionamento na época da morte.
As novas providências foram definidas na véspera da uma reconstituição da morte, marcada para a manhã desta quinta-feira no motel, que pertence ao coronel, dono de uma rede de estabelecimentos do gênero.
Dhaubian, que está preso de forma preventiva no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo, e Adriana, devem participar do procedimento. Os dois, que viviam em união estável na época do caso, passaram por separação judicial após a morte de Daniel e prisão de Dhaubian.
A decisão orienta apreensão “de modo que não moleste mais que o necessário” , com coleta de informações sobre senhas e dá prazo de 20 dias para o procedimento de perícia no aparelho.
O Ministério Público acusa Daubian de homicídio qualificado em uma emboscada no corredor do motel, onde a vítima morava como funcionário. Além de habilidade com armas pela formação policial, o coronel é colecionador de armas e mantinha um arsenal em casa. A acusação cita ainda condutas como aparecer no local muito cedo naquela manhã de domingo, 31 de outubro.
A defesa, feita pelo advogado Aryldo de Oliveira de Paula, alega legítima defesa, diz que Daniel carregava a arma de Adriana e os dois mantinham um relacionamento com objetivo de se unirem e levar patrimônio do coronel.
A reconstituição foi marcada para 8h e deve recriar no motel a cena com as informações narradas pelas partes e já inseridas no processo. Não será possível criar novas versões no local.
Envolve a análise de fatores como local do encontro de Dhaubian e Daniel no corredor em que o ajudante foi baleado, possibilidade de que uma funcionária tenha ouvido a conversa, deslocamento de Daniel no local após os tiros e detalhes sobre o local.
A reprodução inclui pontos da perícia que são contestados pela defesa do coronel, como a acusação de que foi plantada uma arma no local – a pistola que Adriana usava na polícia militar, que ela diz ter sido desviada sem seu conhecimento -.