Marília

Impasse com prova de vida deixa professor sem receber e cria onda de transtornos

Impasse com prova de vida deixa professor sem receber e cria onda de transtornos

Professor Milton. Durante anos ele foi conhecido assim em salas de aula e escolas, em tempos de respeito à profissão e profissional. Agora, aos 88 anos, acamado e com problemas de saúde, ficou sem receber aposentadoria e enfrentou transtornos e gastos pessoais parta provar ao governo do Estado que está vivo.

E a família decidiu transformar seu caso em alerta para outros servidores. A filha, Rosângela, também aposentada pelo Estado, conta a série de desventuras iniciadas em momento difícil com a internação do pai.

Milton fez a carreira na região de Rinópolis. A filha está em Marília há 41 anos e trouxe o pai para a cidade.

“A prova de vida tem que ser feita pessoalmente no mês de aniversário, no Banco do Brasil ou na SP Prev, que é o serviço do Estado para isso. Mas meu pai estava internado, com grave broncopneumonia, um pulmão parado, não tivemos nem cabeça para lembrar disso”, ela conta.

Quando a fase crítica do tratamento foi superada, ela procurou a SP Prev e foi informada que o pai deveria ser levado ao atendimento ou esperar visita de uma terceirizada.

Pediu a visita no dia 8 de setembro e foi informada que se não houvesse prova de vida até dia 19, ele não teria a aposentadoria. A visita não apareceu.

Rosângela voltou ao local e se ofereceu para levar servidores até sua casa. Não conseguiu.

“Disseram que não podem fazer esse tipo de saída. Eu entendo a situação deles. Mas não entendo como o serviço não avança, não digitaliza, não melhora para atender aposentados”, afirmou.

Na iminência de deixar o pai sem aposentadorias por mais tempo, a família contratou uma ambulância, levou professor Milton até a SP Prev e conseguiu coletar a digital e a prova de vida.

“Eu disse a ele: Pai você vai ter que sair para um passeio de ambulância. Ele assustou, mas ele é muito atencioso, muito companheiro e aceitou o procedimento todo. Agora eu fico pensando: e quem não pode pagar ambulância, fica sem aposentadoria?”