Marília

Audiência pública descarta desistir de concessão do Daem: 'vai acontecer'

Audiência pública descarta desistir de concessão do Daem: 'vai acontecer'

A Prefeitura de Marília fez nesta terça-feira a segunda e última audiência pública para apresentar a concessão dos serviços do Daem para saneamento básico em Marília e o próximo passo é publicar edital da concorrência. Não foram definidos prazos para essa medida.

O encontro defendeu gastos e investimentos antes da medida e descartou desistir da terceirização: “ela vai acontecer”. A audiência também repetiu informações gerais sobre condição financeira do departamento de água e a projeção de caos na estrutura de abastecimento de água e captação de esgoto apresentadas na primeira audiência – realizada no dia 12 de setembro -.

 “Não estamos para debater se vai acontecer ou não. Ela vai acontecer. Audiência para esclarecer motivos que levaram à concessão”, disse o assessor especial de governo, Alysson Alex Souza e Silva.

Nas respostas a perguntas do público, o assessor disse que a prefeitura investiu em melhoria do abastecimento e em obras, mas que o Daem não tem condições de fazer os investimentos necessários.

Defendeu ainda os gastos, contratações e investimentos no Departamento antes da concessão. “A contratação tem que ser mantida até a concessão ser finalizada. Quando ela vai ser feita, vai ter debate judicial, muitas empresas vão brigar, demora, pode se encerrar o mandato e não ter concluído o processo”, afirmou.

O engenheiro Adilton Schiavon, contratado como consultor da administração para o processo, disse que o abastecimento de água na cidade depende de aquisição de equipamentos, obras e controle de perdas que hoje representam R$ 1,2 bilhão e o Daem (Departamento de Água e esgoto de Marília) não tem condições de levantar esses recursos.

“Estamos discutindo algo que para o Daem fazer é praticamente impossível, as coisas foram se deteriorando ao longo do tempo. Tem que vir dinheiro privado, público não tem.”

Ele apontou problemas que vão de hidrômetros velhos em uso com submedição nas ligações a perda nas redes de distribuição que precisam ser substituídas e grandes obras, como adequação das estações de tratamento.

“Não adianta mais falar quem foi, quem não foi. O problema precisa ser resolvido por dois grandes motivos: já tem duas condenações, não tem mais o que falar, tem que fazer; e com marco regulatório do saneamento prazo até 2033 para que todos municípios tenham 100% de água entregue e 90% de esgoto encanado.”