Marília

Justiça manda refazer reconstituição de morte em oficina de Marília

Justiça manda refazer reconstituição de morte em oficina de Marília

Quase dois meses após a realização de uma reprodução da morte do funileiro Daniel Luís da Silva de Carvalho durante uma discussão em uma oficina da Via Expressa em Marília, a 2ª Vara Criminal determinou nesta sexta-feira que o procedimento seja repetido.

A ordem atende um pedido do Ministério Público do Estado e dá à Polícia Civil prazo de 90 dias para refazer o procedimento e ainda acrescentar ao inquérito adequação de algumas imagens que estão em baixa resolução, também solicitada pelo promotor Rafael Abujamra.

Segundo o promotor, a reconstituição promovida em março deixou de considerar algumas das versões do caso apresentadas durante a apuração, além de seguir estritamente o que consta do processo, sem colheita de informações no momento.

“A reprodução simulada dos fatos é diligência que exige a análise de todas as versões apresentadas pelos presentes durante a prática delitiva e deve basear-se exclusivamente naquelas já documentadas nos autos, devendo privar-se o Sr. Perito de colher novas informações verbais no momento da reconstituição, sob pena de gerar conformação momentânea e ilusória com o cenário”, diz a manifestação do promotor, acompanhada pelo juiz Paulo Gustavo Ferrari.

Segundo o MP, a perícia realizada “não se presta aos seus fins, pois não analisou as demais versões constantes nos autos, bem como lastrou-se em versão colhida da testemunha durante a sua realização”.

A reconstituição foi feita sem duas das figuras centrais do caso: o funileiro Vivaldo dos Santos e o policial militar Cláudio Moraes.

Daniel foi até a oficina de Vivaldo, com quem discutiu e em que teria desferido golpes de faca, contra os quais o policial diz ter reagido. Moraes atingiu Daniel a tiros que provocaram a morte do funileiro. O caso foi tratado pela polícia como defesa de Vivaldo.

Mas a família de Daniel acusa uma emboscada no caso, diz que ele recebeu telefonemas dos outros envolvidos antes do encontro. As imagens que o promotor espera tratam da reprodução de contatos entre Vivaldo e Daniel.

O advogado José Claudio Bravos, que representa o policial Moraes no caso, disse que seu cliente não deve participar da nova reprodução.

“Agora, como antes, está claro para nós que a reconstituição não tem nada a acrescentar ao caso, que na verdade está já esclarecido desde o relatório policial. A perícia era e ainda é desnecessária. E mais, é inútil”, disse o advogado.