Marília

Protestos contra Dilma reúnem milhares

Protestos contra Dilma reúnem milhares Protestos contra Dilma reúnem milhares Protestos contra Dilma reúnem milhares Protestos contra Dilma reúnem milhares
Protestos contra Dilma reúnem milhares

Pelo menos 5.000 pessoas na avaliação dos organizadores – a PM chegou a falar em 2.000, sem relatório oficial – participaram na tarde deste domingo de um grande protesto contra a presidente Dilma Rousseff em Marília. Pela manhã um grande grupo de manifestantes já havia se reunido no centro.

As manifestações envolveram passeata, apitaço e muitos cartazes contra a presidente, o ministro do STF João Antonio Dias Tóffoli, que é mariliense e foi ligado ao PT e ao governo Lula e contra o próprio PT.

Embora tenha sido organizado e apresentado contra a corrupção e os desmandos de forma apartidária, a passeata não incluiu palavras de ordem contra nenhum dos partidos ou deputados envolvidos em escândalos da operação Lava-jato.

“Dilma, pede pra sair”, “Fora PT e leva a Dilma com você” e “A minha bandeira jamais será vermelha” foram as mais repetidas durante as manifestações.

O primeiro encontro aconteceu por volta das 9h30. O segundo e maior, convocado para 15h, começou a reunir manifestantes às 14h.

Depois de mais de uma hora parados em frente à prefeitura, os manifestantes iniciaram passeata que desceu a rua Bandeirantes, andou pela avenida Tiradentes até a praça Athos Fragata, atravessou os trilhos e caminhou por uma quadra na avenida das Esmeraldas até retornar para a Vicente Ferreira, rua Bahia e retornar à prefeitura.

Esta caminhada envolveu carro com caixa de som, apitos, panelas, latas e muitos cartazes. Também houve duas paradas antes e durante a travessia do  pontilhão da rua Bahia. O grupo cantou o hino nacional por três vezes.

REJEIÇÃO

O pedido de renúncia ou impeachment não é exatamente uma grande transformação do público em Marília. A cidade nunca quis Dilma Rousseff presidente. Em suas duas candidaturas Dilma perdeu em Marília, mesmo vencendo a eleição, assim como Luis Inácio Lula da Slva havia perdido em 2002 e 2006.

Em alguns momentos, o grande número de manifestantes e a falta de estrutura do protesto permitiu situações de descontrole, como grupos gritando palavras de ordem diferentes ou embolados no retorno pela avenida das Esmeraldas.

O movimento envolveu muitas famílias com crianças e idosos, cadeirantes, cachorros e até gente nos ombros. Profissionais liberais, empresários, atletas e pessoas conhecidas da vida social na cidade misturaram-se à multidão para a caminhada, que terminou com discurso e concentração na praça Saturnino de Brito, para dispersão por volta das 16h40.

PÚBLICO

O motorista Antonio Carlos Rodrigues, 38, levou a esposa, Sirlei, e as filhas, Carolina e Vivian para a passeata. Pintou o rosto, usou bandana e enfeitou a família. “Estou aqui contra a corrupção, o combustível caro de mais. Do jeito que está não dá, olha o que virou a Petrobras”, disse o motorista, que não votou em Dilma.

Coronel reformado do exército e advogado, Pedro Vargas, 72, é do Rio de Janeiro, mas mudou com a esposa Fátima para Marília depois que a filha, médica, casou-se com fisioterapeuta da cidade. Foi aos dois protestos.

“Pela manhã tinha pessoal mais velho, não tinha tanto pessoal mais jovem como agora”, disse à tarde. Pedro Vargas disse ter ido protestar contra o deboche no governo. “O roubo, o assaque, sempre houve. Mas agora está debochado, descarado. È contra o deboche com o cidadão que eu estou aqui.”

O procurador André Miguel e a servidora pública Marcela Galvão foram e levaram o filho, Fábio, 5, para  protesto. “Estamos aqui contra a corrupção”, disse ela. “Encontro de evangélicos reúne milhão de pessoas, parada gay reúne milhão, então precisamos também reunir um milhão contra a corrupção”, disse André.

Fábio não sabia bem porque iria, mas entendeu de forma prática:  “disse a ele que com menos impostos, menos desvios, o Lego que ele gosta pode ficar mais barato”, conta a mãe

O dentista Duílio Diciaula, 25, um dos organizadores do protesto, disse não ser ligado a movimento algum e nem partido e chegou a manifestar que ali não “tem PT e não tem PSDB”.

O capitão Mário Sérgio Nonato, que comandou a atuação da PM, disse que todo o protesto ficou dentro do combinado e ocorreu sem incidentes. Afirmou que a polícia estava nas ruas para garantir segurança de quem quisesse protestar de forma democrática e pacífica, sem “infiltrados ou atos violentos.”