Colunista | UNIMAR EM AÇÃO

Proponho aos leitores refletirmos alguns minutos acerca da importância do tempo e das relações. Como maravilhosamente expôs Mário Quintana, “quando se vê passaram 50 anos...”

 “A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é Natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…”

É próprio da natureza humana o desejo de se aproximar de seus semelhantes, iniciar relações duradouras, afetivas, ou ainda relações de trocas, compra e venda, relações políticas, entre diversas outras que poderiam ser mencionadas. Por esse motivo, Aristóteles denominou o Homem de ‘animal social’, justificando que o ser humano necessita de outras pessoas e coisas para alcançar a sua plenitude.

Ocorre que, diante de tantos relacionamentos, é fatal surgirem conflitos, fazendo nascer, muitas vezes, a ideia de que o outro é um inimigo, aflorando o sentimento negativo, hostil. Sugiro, sob outro prisma, uma visão positiva do conflito, como oportunidade de crescimento, de aprendizado de vida, uma adequação pessoal constante, necessária para a adaptação com meio social em que vivemos.

Seria muito importante que as pessoas desenvolvessem uma visão diferenciada acerca dos fatos vivenciados, criando um ‘olhar mais natural’ sobre determinadas situações, especialmente no sentido de que todos estão sujeitos à contenda, discórdia, já que habitamos em sociedade.

Nesse mundo violento, carregado de preconceitos e mal-entendidos, buscamos ansiosamente satisfação e soluções, por isso proponho a aplicação de uma comunicação não-violenta, uma vez que observo, pela experiência adquirida no Centro de Conciliação, que grande parte dos problemas entre casais, pais e filhos, vizinhos, contratantes e prestadores de serviço, pode ser amenizada e frequentemente evitada apenas com palavras, com um bom diálogo.

A escuta ativa por parte do outro, acompanhada de palavras menos agressivas, na grande maioria das vezes, faz com que soluções para aqueles problemas aflorem facilmente. O ser humano precisa saber ouvir o que de fato o outro está expondo e, ao mesmo tempo, expressar o que de fato quer dizer. Isso num primeiro momento parece ser tarefa simples, contudo, na realidade, é das mais difíceis, porque o ser humano sabe exatamente o que expressar para ferir o sentimento alheio, o que ocasiona um ambiente ainda mais ostensivo.

Por essas razões, propus aos leitores refletirem alguns minutos a respeito do tempo e das relações, até porque a vida é tão curta e desentendimentos fazem tanto mal, geram angústia, mal-estar, rancor, insegurança, tantos desconfortos para quem está vivenciando a situação.

Aconselho, portanto, aventurarmo-nos a ‘olhar’ os acontecimentos sob outro aspecto, na busca de uma vida mais próspera, feliz, especialmente em razão do tempo: “quando se vê passaram 50 anos” e que sentido teve a nossa vida...

Juliana Raquel Nunes -  Chefe do Cejusc de Marília e mestranda do Programa de mestrado em Direito da Universidade de Marília.
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Coluna destinada a promover a comunicação da universidade com a sociedade e para a divulgação das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade de Marília.

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