Delegada Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindicato

O “defasômetro”, índice criado pelo sindicato dos delegados de polícia de São Paulo para acompanhar a estrutura da Polícia Civil no Estado, mostra que faltam 15 mil coletes balísticos para atender todos os agentes na ativa

“Segundo a Delegacia Geral Adjunta de Policia Civil do Estado de São Paulo, só existem 12.924 coletes com validade dentro do prazo em toda a corporação, que é composta atualmente por 28 mil policiais”, diz um comunicado da entidade.

Segundo a delegada Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindicato, milhares de policiais estão exercendo funções de risco, como o cumprimento de mandados de prisão e participando de operações de combate a crimes variados, desprotegidos.

"É inadmissível que, no estado mais rico da federação, milhares de policiais trabalhem sem a mínima segurança. Um policial que vai cumprir mandados de prisão ou participar de operações contra o tráfico, por exemplo, não pode trabalhar sem colete", afirma.

Raquel solicitou, no início de fevereiro, informações sobre a quantidade de coletes e a distribuição entre as unidades policiais após receber graves denúncias de que policiais estariam se expondo a risco sem a devida proteção.

"Além de ter os piores salários do Brasil, os policiais de São Paulo estão trabalhando sem as mínimas condições de segurança. E o Governo do Estado já foi claro que não pretende melhorar essa situação tão cedo", denuncia.  

O comando da Polícia Civil não especificou a distribuição dos equipamentos de segurança entre as unidades do Estado. Por meio de ofício enviado ao Sindicato, o comando disse ainda que, em 2018, foram destruídos 5.250 coletes que estavam fora do prazo de validade. 

Mesmo se a compra dos 8.293 coletes anunciada pelo Governo se efetivar, faltarão outros 6.883 trajes para distribuir entre os 28.050 policiais civis que estão na ativa.