O ator, diretor e autor de teatro Oswaldo Mendes, um artista e pensador mariliense premiado e reconhecido, repercute nas redes sociais com um desabafo sobre as mortes por Covid no país em que compara o número de vítimas ao tamanho de Marília.

“Acabou, minha cidade não existe mais. Marília, no interior de São Paulo. O número de mortes pela Covid já supera a população de Marília. Ou seja, uma Marília inteira desapareceu. Será que ninguém se dá conta disso? Uma cidade desapareceu.”

O desabafo acompanha o registro de 10.393.886 casos e 251.661 óbitos por Covid-19 no país desde o início da pandemia. A média móvel chegou a 1.150 mortes por dia, segundo recorde seguido no índice. O IBGE projeta população de 240 mil pessoas em Marília.

Mendes nasceu na cidade em setembro de 1946 e aqui ficou na infância e adolescência. Frequentou o Colégio Cristo Rei, ainda mantém contato com amigos e profissionais de diversas áreas e idades em Marília, além de visitas esporádicas em encontros com outros grandes nomes, como o já falecido músico Sérgio Ricardo, também mariliense.

Mudou-se para São Paulo na década de 60. Cursou a Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo e fez carreira também como jornalista, com currículo que inclui diretor do Última Hora, editor do suplemento Folhetim e subsecretário de redação da Folha de S. Paulo, editor de Cultura da revista Visão e um dos fundadores da Associação Paulista de Críticos de Arte.

“Uma cidade de Marília acabou. Vamos esperar acabar um país inteiro? Estamos caminhando para isso. Se continuar assim, vamos conseguir”, diz o ator na mensagem, divulgada em um vídeo de redes sociais.

Sua carreira envolve prêmios como o Jabuti pelo livro “Bendito Maldito”, uma biografia do ator e diretor Plínio Marcos, lançada em 2009, e Mambembe de Melhor Autor, em 1998, pela peça “Voltaire”, além de ser indicado ao prêmio Shell de melhor ator de 2002 por “Perdida... Uma comédia quântica”.

Veja abaixo o vídeo divulgado pelo ator e autor.