Lucca Amorim, um auxiliar administrativo de 18 anos, lançou em redes sociais de Marília uma campanha de arrecadação para bancar uma mastectomia masculinizadora e avançar um processo de desenvolvimento pessoal que tem uma base importante: o apoio da família.

No início da adolescência descobriu sua orientação sexual e o inconformismo com sua identificação como homem em um corpo feminino.

“Me descobri trans aos 16 anos e desde então venho usando o binder (uma faixa usada para comprimir os seios), e com o uso constante vêm junto as complicações como machucados, dores nas costas e a dificuldade para respirar”, explica Lucca no lançamento da campanha.

A mãe, Rose Amorim, disse que desde a infância percebeu que Lucca não se identificava com a identidade feminina. Quando o filho tinha 14 anos tiveram a primeira conversa sobre a situação. Diz que foi um momento difícil, hoje superado.

“Lucca é meu filho amado, somos uma família feliz, amada. Vi que mesmo as pessoas da família que ainda o chamavam pelo nome de batismo o deixavam incomodado e hoje isso me incomoda muito também”, conta.

O rapaz afirma que essa postura foi a situação mais marcante para ele. “Saber que tinha o apoio da família, quando descobrir que podia me apoiar neles foi muito especial”, diz Lucca, que afirma nunca ter enfrentado uma situação mais violenta de homofobia.

A mãe lembra de um momento difícil com manifestação de preconceito na direção da escola que ele frequentava, uma unidade da rede estadual. “Na hora fui até lá. Tenho isso de berço, brigar pelo que eu acho que é correto”, diz.

Ele já fez a alteração legal do nome e tratamento com hormônio para crescimento de pelos no corpo. “O primeiro dia em que apliquei o hormônio foi um momento muito marcante, como será agora a mastectomia”, conta.

O procedimento pode custar entre R$ 10 e R$ 15 mil. Lucca, que fez curso técnica na escola Antonio Devisate, está desempregado desde a pandemia. “Não consigo custear tudo sozinho, e por isso peço a ajuda de cada um que puder.”

A campanha recebe doações por uma conta do PicPay. É preciso ter o aplicativo para fazer o pagamento.



Últimas Notícias