A juíza federal substituta Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara criminal do distrito Federal, marcou para o dia 15 de setembro uma audiência em que devem ser ouvidas três testemunhas no processo em que o ex-deputado federal e ex-prefeito de Marília Abelardo Camarinha é acusado de estelionato majorado com reembolso de verbas parlamentares com notas frias.

O ex-deputado também deve ser ouvido no mesmo dia, em audiência que deve acontecer deforma virtual.

As testemunhas são o deputado federal Alex Manente (Cidadania); o ex-deputado e ex-prefeito de São Manuel, Milton Monti, e  Jackson Carlos dos Santos, que foi assessor de Camarinha na Assembleia Legislativa.

O caso se arrasta desde 2017. O Ministério Público Federal acusa Camarinha de "desviar recursos da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar" em proveito próprio com uso de notas frias para serviços de publicidade.

As investigações apontam que em 2009 José Abelardo “contratou” serviços de divulgação de seu trabalho na Rádio Clube Vera Cruz Ltda, nome de registro da rádio 950, da qual ele é um dos sócios ao lado do radialista Wilson Mattos, também denunciado no caso.
 
Além disso, o MPF diz que a partir de 2013 o ex-deputado federal passou a apresentar recibos emitidos pela própria Rádio Clube Vera Cruz Ltda.

Wilson Mattos disse em sua defesa que houve extravio de notas e que não recebeu qualquer valor. Camarinha afirmou que não decidia os gastos de publicidade do mandato.

Além da denúncia criminal o caso provocou uma investigação de improbidade que apontou prejuízo de R$ 1,1 milhão a ser cobrado com multa de 100%, ou seja, R$ 2,2 milhões.

O político teria sido reembolsado pelos valores declarados 46 notas fiscais. Duas delas foram emitidas em 2014, época em que José Abelardo já era deputado estadual por São Paulo.