A discussão sobre a licitação para contratar construção de um novo prédio para a Câmara de Marília virou bate-boca entre o presidente do Legislativo, Marcos Rezende, e o vereador Osvaldo Fefin Júnior após pronunciamento em que Fefin critica a medida e pede a revogação.

O vereador Eduardo Nascimento, que foi presidente da Câmara por duas vezes em mandatos anteriores, disse que o prédio atual está inadequado, um novo prédio é uma necessidade mas defendeu o adiamento da medida em função do momento que o país vive por crise da pandemia de Covid e da economia.

Marcos Rezende defendeu a proposta, disse que o processo é legal, e com medida usada por outros órgãos públicos, como Ministério Público e até a Polícia Federal, em que Fefin atua como agente. 

E direcionou parte do pronunciamento para defender sua biografia e dizer que não ganha R$ 20 mil por mês, referência ao salário que Fefin recebe da Polícia Federal afastado de suas funções para atuar na Câmara.

Fefin reagiu e o caso virou bate-boca. Rezende chamou Fefin de mentiroso várias vezes por seus pronunciamentos sobre abrir mão do salário de vereador e o parlamentar devolveu com você é um cara de pau. 

Fefin já havia manifestado no final de semana que era contra a proposta e lamentou que a medida não dependa de discussão e votação de todos os parlamentares. Marcos Rezende disse que o vereador "joga pra torcida" e promove discórdia com falta de respeito aos outros vereadores.

A Câmara lançou por decisão da Mesa Diretora um edital que prevê construção sem custos para locação do prédio por 20 anos com mensalidades de até 1% do valor do contrato. Os custos reais só serão conhecidos após a licitação.

“Já deixo explicitamente que eu sou contra a construção com o modo que está sendo feita, analisada. Não há gasto na construção mas há um gasto exacerbado do dinheiro público no decorrer de 20 anos”, disse Fefin em sua manifestação.

Ele criticou ainda a previsão de correção pela IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), que nos últimos 12 meses teve variação de 25%. “O índice mais perigoso que tem nesse país”, disse.

“É muito tempo ainda. Pode ser que não venha ninguém, não tenha nenhum interessado. Posso prorrogar? Deverei prorrogar. Daqui até se efetivar, se concretizar, há um oceano”, disse Rezende.

Afirmou ainda que a Câmara usa menos recursos do que teria direito, atua de forma enxuta e que os gastos com aluguel do prédio poderão ser compensados com economia pela prefeitura para uso da atual sede para outros serviços. E destacou que o pagamento deve ser iniciado só em dois anos, com previsão de nova realidade para o país, com benefícios para o trabalho da Câmara, os vereadores e a população.



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