O Anfiteatro da Reitoria da Universidade de Marília ficou lotado durante o 1º Encontro de Conscientização ao Transtorno do Espectro Autista realizado pelos acadêmicos do 7º termo do curso de Psicologia. A proposta foi fomentar a discussão sobre o tema e esclarecer dúvidas, a partir da visão de uma mãe e profissionais da área de saúde mental.

De acordo com a docente Marina Cristina Zotesco, o tema é de extrema importância para todas as áreas da saúde. “O autismo atualmente é visto como uma epidemia que tem acometido muitas pessoas e como este transtorno não tem cura, precisamos alertar os pais e familiares de que há tratamentos de intervenção que amenizam os comportamentos e proporcionam uma qualidade de vida elevada. Este é nosso objetivo, conscientizar e amenizar preconceitos”, explica.

Ainda segundo a docente, os 50 acadêmicos que integram o 7º termo formaram grupos, dentro da comissão organizadora, sendo responsáveis por contatar os palestrantes, organização de espaço, coffee break e tudo que integra um encontro que envolveu mais de 400 pessoas.

“Eu fico extremamente honrada e grata pela força dos meus alunos, eles organizaram tudo sozinhos. Parece simples, mas é enriquecedor o aprendizado que obtiveram, porque aprenderam a se relacionar com profissionais da área, a realizar dinâmicas de grupo e organizar eventos”, comemora Marina.



O encontro contou com a participação de três palestrantes.  A abertura ficou por conta da enfermeira e docente Thais Giaxa, mãe do Davi de 3 anos. Ela relatou a realidade de conviver com uma criança autista. “Meu filho é extremamente sensível, brilhante e sincero. Ele me proporciona todos os dias as demonstrações mais sinceras de amor, por que ele não exige nada de mim. Porém, nós vivemos uma luta diária com o cansaço, estresse e dificuldades financeiras, resultado do número de tratamentos que são necessários para o desenvolvimento de uma criança com autismo”, conta Thais.

A fonoaudióloga do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS), Roberta Vieira, falou sobre metodologias que facilitam a compreensão à fala. “As crianças com autismo têm dificuldade de se sociabilizar e evitam contato direto. Quando o profissional e os pais buscam construir esta interação, ganhando a confiança e motivando os pequenos, fica mais fácil a compreensão dos signos e códigos, que são as palavras, e as reproduzirem”, explica Roberta.

Finalizando a noite, a psicóloga Fernanda Calixto apresentou aos participantes os cuidados necessários com os jovens e adolescentes portadores de autismo. “Atualmente o foco é voltado a primeira infância, mas precisamos pensar que eles crescem e temos que ter estrutura e metodologias de intervenção”, esclarece.

Para a acadêmica Mariana de Toledo Souza, compartilhar informações sobre este tema que ainda é pouco debatido nas comunidades é lutar contra o preconceito. “Este evento é de extrema importância para todos, não só para profissionais da área da saúde. A falta de informação gera preconceito e queremos ajudar a diminuir este julgamento”, ressalta a acadêmica.



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