05/03/2021 as 13:52h por: IG - Economia
SÃO PAULO —A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que fiscaliza o mercado de capitais , abriu um processo administrativo para investigar a possibilidade de informação privilegaiada com operações de contratos de opções de ações da Petrobras. A colunista do GLOBO, Malu Gaspar, revelou esta semana operações atípicas com opções da petrólifera, que pode ter resultado em lucro de R$ 18 milhões para quem comprou os papéis.
Segundo a colunista, os contratos de opções de ações foram comprados, no maior volume já resgitrado pela B3, foram comprados logo depois que o presidente Jair Bolsonaro se reuniu, na quinta-feira da semana passada, com ministros, incluindo Paulo Guedes, da Economia, e anunciou em live semanal que o encontro serviu para discutir medidas para reduzir o preço dos combustíveis. Só quem acreditasse numa queda de mais de 8% das ações da Petrobras na sexta-feira faria uma aposta tão arriscada com esses papéis.
Na sexta, após o fechamento do mercado, Bolsonaro anunciou a troca de comando da Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna. Na quinta-feira, dia 18 de fevereiro, quando essas opções foram compradas, a ação preferencial da Petrobras (PETR4 PN) valia R$ 29,27. Para que os contratos dessem lucro, o valor da ação teria que cair a R$ 26,50. Na segunda-feira, dia 22, no primeiro pregão após o anúncio de Bolsonaro, as ações da petrolífera caíram 20% e fecharam a R$ 21,45.
Como se tratava de uma operação de alto risco, já que os contratos de opções venciam no dia 22, esses papéis estavam sendo vendidos a R$ 0,04, 80% menos do que o preço do lançamento do papel.