08/10/2021 as 10:22h por: IG - Economia
Um mercado de trabalho sustentado pelos serviços públicos e privados é assim que as pesquisas mostram a situação nas cidades que formam a Amazônia Legal, uma região que reúne 772 municípios distribuídos pelos estados de Rondônia, Acre, Amazona, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. A agropecuária, na contramão, vem cortando vagas. O retrato faz parte do projeto Amazônia 2030, que se propõe a preparar um plano de ação para desenvolvimento humano na região.
Segundo o economista Gustavo Gonzaga, professor da PUC, uma das quatro entidades que formam o projeto, o dinamismo econômico está concentrado nas cidades, com os serviços como o setor que mais emprega e o que tem mais crescido. Em oito anos, a ocupação cresceu 28,3%, enquanto na agropecuária caiu 16%. "Enquanto o emprego em geral subiu 5% em oito anos, na agropecuária caiu bem. As áreas desmatadas destinadas a pastagens aumentaram, mas não estão gerando emprego. Os setores que sustentam a ocupação são o público e os serviços, nas cidades", explica Gonzaga, que conduziu a pesquisa juntamente com Francisco Cavalcanti e a demógrafa Flávia Alfenas, todos da PUC-Rio.O setor público, que é o segundo maior empregador da região, que também cresceu bastante no período, 21,6%. Houve aumento expressivo na contratação de profissionais de saúde, educação e segurança. Essa concentração no setor público mostra que há pouco dinamismo no setor privado para criar empregos na região, segundo Gonzaga:
"E há uma dependência grande do setor público, dos mais pobres aos mais ricos."
O projeto reúne o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Centro de Empreendedorismo da Amazônia, a Climate Policy Initiative (CPI) e o Departamento de Economia da PUC-Rio, localizados no Rio de Janeiro.
"A ideia do projeto no final é fazer propostas aos candidatos a presidente da República. São mais mais de 50 projetos bem diversos."