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Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, ironizou Arthur Lira, seu sucessor:
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, ironizou Arthur Lira, seu sucessor: "humorista"

Diante do impasse em relação ao  Orçamento de 2021 aprovado pelo Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta segunda-feira (19) que as críticas relacionadas ao tema são "injustas e oportunistas". Nas redes sociais, Lira pediu que o governo ache soluções a partir do cumprimento de acordos.

O Orçamento construído por parlamentares gerou uma série de desentendimentos entre governo e congressistas. A peça aprovada torna impraticável a execução de recursos sem o comprometimento do teto de gastos .

Gastos obrigatórios foram subestimados e emendas parlamentares, além de investimento em obras, foram priorizados. Diante do cenário, o governo ainda não bateu o martelo sobre o que fará.


Nas redes sociais, Lira disse que o Orçamento só foi aprovado depois da eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Segundo ele, "justamente pelas dificuldades criadas pela gestão do meu antecessor e os seus compromissos políticos".

Ele se referia ao ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), que entrevista ao Estado de S. Paulo criticou a forma de aprovação do Orçamento e sugeriu vetos do presidente da República.

"Agora depois de aprovado com amplo acordo que incluiu o governo, as críticas são injustas e oportunistas, cabendo ao governo propor soluções que atendam às demandas acordadas durante a votação, respeitando todos os limites legais e o teto de gastos", escreveu Lira.

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Maia respondeu o tweet de Lira rindo e depois completou dizendo que defender a sanção do Orçamento de 2021 só pode ser uma piada, sugerindo que Lira virou "humorista".

Com as mudanças no Orçamento, o governo terá só R$ 49 bilhões para custeio e despesas obrigatórias , patamar muito baixo, que, segundo técnicos do Ministério da Economia, inviabiliza a prestação de serviços básicos, o que levaria o país a uma paralisia da máquina pública.

Diante do dilema, o presidente Jair Bolsonaro alertou aos ministros que todos terão que fazer sacrifícios para resolver o impasse que opõe o Congresso e a equipe econômica. O recado foi dado na manhã de sexta-feira em uma reunião ministerial no Palácio do Planalto.

Bolsonaro pede compreensão

No encontro, segundo relatos ao GLOBO, o presidente não detalhou a solução que vem sendo discutida, mas pediu compreensão ao primeiro escalão. Há o entendimento no Planalto que concessões terão que ser feitas tanto pelo governo quanto pelos parlamentares.

O tema do Orçamento foi tema dominante no encontro. Auxiliares de Bolsonaro que acompanham as discussões dizem que já há uma saída sendo construída com o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes , que envolve o remanejamento de recursos entre as pastas.

A tendência, segundo fontes, é que o presidente sancione o texto aprovado pelo Congresso. Participam dos ajustes auxiliares diretos de Bolsonaro e assessores da área jurídica, econômica e da Controladoria-Geral da União.


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