Produtores rurais de Marília pediram ao Conselho de Desenvolvimento Rural da cidade apoio para conseguir uma área destinada a receber embalagens usadas de agrotóxicos, que precisam ser dispensadas com acompanhamento e fiscalização da Cetesb.

As empresas revendedoras são obrigadas por lei a fazer a destinação final. Algumas embalagens podem ser recicladas e outras devem ser inceneradas.  Mas os produtores precisam devolver às embalagens aos revendedores. Hoje precisam levar o material até um posto de despejo em Garça por falta de espaço adequado em Marília.

A Adama (Associação dos Distribuidores de Agrotóxicos de Marília), manteve um espaço para este despejo até o início deste ano e paga o custo mensal pelo uso do depósito em Garça. Ainda assim, os produtoes precisam fazer a viagem.

A entidade manteve por quase 20 anos um posto de recebimento, que enfrentou muitos atropelos: usava espaço na rua Carlos Tosin, parte de uma área maior, que acabou doada a uma empresa com troca por novo terreno, e viou um despejo provisório até ocupação do novo espaço.

Mas a associação nunca ocupou a nova área. Enquanto esperava a construção, continuou usando o espaço no terro da indústria. Em 2011 a doação do terreno ocioso foi revogada. E a empresa passou a cobrar a devolução do espaço emprestado.

No ano passado, a Adama conseguiu um acordo para manter serviços por mais alguns meses, até fevereiro deste ano. Em outubro a Cetesb fez vistoria e renovou a licença, mas o novo espaço não saiu dos estudos.

A Adama encerrou a coleta em Marília e fechou acordo com pagamento antecipado até dezembro para que o despejo fosse feito em Garça. Os gastos, tempo e distância viraram um empecilho e criam uma preocupação de que produtores possam estar fazendo despejo irregular para evitar estes obstáculos. A implantação do posto de coleta em Marília seria uma chance de solução.

O Giro Marília apurou que as revendedores chegaram a discutir a compra de um espaço, mas não conseguiram reunir o dinheiro para o terreno e depois a construção do galpão. Na última reunião do Conselho Rural, no início desta semana, surgiu o pedido para a busca de uma área doada pela prefeiutura. 

Mesmo que consigam o espaço, as empresas ainda teriam que gastar com a construção e gestão do posto de coleta. Um eventual impasse nestes investimentos pode abrir uma crise na relação com os produtores, que são obrigados a fazer a destinação correta das embalagens.

A preocupação com a destinação das embalagens agrava também a preocupação de ambientalistas da cidade, que já estão em campanha pela redução do uso de agrotóxicos. Organizações e ambientalistas mostram preocupação agora com despejo adequado e o risco de produtores rurais deixarem de fazer o despejo correto para evitar o transporte das embalagens.

O Giro Marília tentou contato com o Secretário Municipal da Agricultura, Odracyr de Oliveira Capponi, mas ele não foi encontrado para falar a respeito.



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