
O grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, Ronaldo Fernandes, e a Loja Maçônica 27 de Setembro de Marília, fundada em 1988, receberam na noite desta sexta-feira homenagens da Câmara de Marília em encontro com lideranças da organização na cidade, região e no Estado. Fernandes é o novo Cidadão Mariliense e a Loja 27 de Setembro recebeu um certificado de reconhecimento por seus 30 anos de atuação.
E o momento de celebração foi também de apresentação de tradições e trabalho de uma das mais emblemáticas organizações no país, uma situação cada vez mais comum nos últimos anos, quando os maçons passaram a adotar manifestações públicas em campanhas pela defesa das medidas contra corrupção, defesa da democracia e da participação popular.
Empresário, Ronaldo Fernandes tem 68 anos – nasceu em 16 de agosto de 1950, em Serrania (MG) – é casado com Márcia Perez Fernandes e pai de três filhas – Daniele, Luciana e Tatiana – e avô de três netos. Tem no currículo pelo menos 20 cargos e funções em diferentes estruturas da maçonaria.
Foi um reencontro com a cidade, onde já esteve diversas vezes. “Sou acolhido de forma fraterna, carinhosa. Receber o título de cidadão mariliense aumenta minha responsabilidade.” Antes da homenagem, Fernandes visitou a Apae, onde a maçonaria tem importante atuação, e elogiou o trabalho.
“Sempre falamos que maçons são construtores sociais. Vi hoje um trabalho na Apae dedicado por pessoas que se doam, um trabalho de coração, de amor, e tem a participação da maçonaria. Isso engrandece a instituição. A caridade nos aproxima do Grande Arquiteto do Universo (forma como a maçonaria identifica Deus).”
Ronaldo Fernandes falou ainda sobre a atuação da maçonaria em assumir posturas públicas em relação a diferentes assuntos coletivos.
“Temos um passado de participar em vários momentos de decisão. A maçonaria tem saído um pouco de seus templos. Lançamos o projeto corrupção Nunca Mais, lançamos durante as eleições a campanha pelo voto consciente, que é a única maneira democrática de mudar as coisas no país. Acho que está se expondo um pouco mais e isso é importante, para nós e para a sociedade, que espera de nós posicionamentos equilibrados”, disse Ronaldo Fernandes.
“É uma noite solene, que certamente entrará para a história da cidade. Entregamos uma homenagem a uma personalidade coletiva, que se doa e trabalha pelo próximo, pela coletividade. E o reconhecimento a uma instituição com 30 anos de trabalho em Marília, um trabalho que muda vidas, que mostra a dedicação de cada membro da Loja”, disse o vereador Marcos Rezende, autor da proposta que provocou as homenagens.
Wilson Carlos Damaceno, da loja 27 de Setembro, disse que a entidade em 30 anos sempre teve postura bastante participativa, um trabalho de dedicação em uma instituição de utilidade pública.
“Não poderiam passar em branco esses dois momentos, a entrega do título ao grão-mestre da loja, uma entidade de 91 anos, uma das maiores do ano, e a Loça Maçônica 27 de Setembro que tem grande trabalho”, explicou.
Damaceno, que há quase 30 anos atua com a instituição, disse que a maçonaria foi vista sempre como uma instituição secreta mas é ‘discreta”.
“A verdade é que a Maçonaria deve se posicionar. Ela é apartidária mas deve se posicionar. Não tem a preocupação de ter membros de determinada religião, mas acredita no princípio da existência do Grande Arquiteto do Universo. O trabalho que realizamos deve ser o mais discreto possível, por isso cria mística. Acreditamos no progresso da humanidade e em cima disso trabalhamos.”
O arquiteto José Antonio Almeida, secretário municipal de Planejamento Urbano e maçon, representou o prefeito Daniel Alonso na solenidade e destacou a importância do trabalho da Maçonaria para a melhoria da qualidade de vida na cidade.
A noite teve ainda pronunciamentos do venerável mestre da Loja Maçônica Laércio Mazini, que destacou a dedicação dos fundadores, a tradição da instituição e sua inserção na coletividade, e do venerável mestre da Loja Nivaldo Rodolpho, o médico Wellerson de Aguiar Miranda, que falou em nome das seis lojas maçônicas da cidade vinculadas à Grande Loja do Estado de São Paulo.
A mesa diretora dos trabalhos teve ainda a presença de Frederico Inággio, Ronaldo Edgar Froechich, Diogo Castelano Camacho, Tadashi Koba, Adriano Cressoni Araújo e Bruno César Cupo, que participaram da entrega de certificados, títulos e presentes, além das ‘cunhadas’ – como são chamadas as esposas de maçons, que tratam a si como irmãos – Cássia e Neliany.
Veja na galeria de fotos como foi a solenidade