Marília

Marília projeta quatro centros para tratar fumantes, mas espera burocracia

Marília projeta quatro centros para tratar fumantes, mas espera burocracia

Uma proposta de ampliação do serviço de atendimento a fumantes para combate ao vício em tabaco prevê a abertura de pelo menos mais quatro centros de atendimento a pacientes em Marília, mas a instalação do serviço ainda esbarra em medidas burocráticas.

Em abril, um curso de qualificação na cidade preparou dezenas de profissionais de Marília e região para atuar no serviço. Marília tem apenas um ambulatório de atendimento, na Santa Casa, que já atingiu 4.000 fumantes com taxa de 70% de sucesso no abandono do tabaco.

Mas a atuação dos profissionais depende de emissão de um certificado pelo Cratod, um centro estadual de referência no tratamento de tabaco, álcool e outras drogas.

“Os profissionais do Cratod vieram capacitar e esse mesmo setor que confeccionam o certificado. Está para ser entregue”, diz a coordenadora do programa de atendimento na Saúde Municipal, Ana Cristina Sornas.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, houver uma reunião para organização dos novos grupos com divisão por regiões da cidade. Os profissionais terão que apresentar projetos de suas equipes e regiões de atendimento.

O ambulatório da Santa Casa promove encontros de triagem às segundas e sextas-feiras. Nas terças e quintas-feiras acontecem as terapias em grupo. E na quarta-feira, os pacientes encaminhados por unidades da rede básica, na sua maioria, passam por consulta médica.

Nem o hospital, nem a Direção Regional de Saúde e nem a prefeitura apontam dados da fila de espera, ou seja, do número de pacientes que procuram o serviço mas não conseguem vaga no atendimento.

Os pacientes recebem medicamentos fornecidos pelo Ministério da Saúde além de acompanhamento de profissionais de forma multidisciplinar. Também passam por acompanhamento para identificar abandono do vício.

Um balanço divulgado pelo hospital nesta quinta-feira, dia de combate ao Tabaco, indica que 4.000 pessoas já passaram pelo serviço em 13 anos.

O captador de imóveis Rogério dos Santos Tabete, já está há seis meses sem fumar com os procedimentos.

“O tratamento não é fácil e estou lutando para não voltar a fumar. O que ajuda bastante são as terapias em grupo, uma vez que cada um conta a sua experiência. Isso me dá bastante força para largar o vício. Melhorou muita coisa na minha vida depois que eu parei de fumar. Não tenho mais insônia, durmo bem melhor, também sinto o gosto das comidas e as pessoas que estão ao meu redor dizem que não tenho mais aquele odor trazido pelo cigarro”.

A cabeleireira Sueli Barreiro Gomes iniciou o tratamento há dois meses e já sente melhoras. “O primeiro mês foi terrível, mas agora já está bem melhor. Estou tomando a Bupropiona e colocando os adesivos de nicotina. Não sinto mais dores nas pernas e desde que parei de fumar consigo saborear a comida”.