
A Câmara de Marília rejeitou na noite desta segunda-feira dois projetos de lei da Prefeitura de Marília para doações de áreas para as empresas com críticas a falta de informações da Prefeitura e bate-boca entre vereadores protagonizado a partir de acusações do presidente da Câmara, Marcos Rezende (PSD) contra o vereador José Luiz Queiroz (PSDB).
Os projetos dependem de nove votos a favor para serem aprovados. Nos dois casos houve apenas oito votos a favor da instalação. Os projetos são arquivados com a proposta de investimentos das empresas, o que atrasa os empreendimentos mas não impede eventuais novas propostas.
Votaram contra a doação para a Neves & Neves, empresa do setor de Máquinas e Ferramentas, os vereadores Danilo da Saúde, José Luiz Queiroz, Maurício Roberto e Wilson Damasceno.
A vereadora Daniela D’Avila estava ausente e foram apenas oito votos a favor. Quando retornou, pediu revisão da votação, o que provocou a suspensão da sessão para análise legal do pedido, que acabou rejeitado
Antes da votação, José Luiz Queiroz (PSDB) questionou a falta de informações sobre avaliações dos imóveis que em seu entendimento são exigências legais. O vereador pediu informações e a Prefeitura não encaminhou os valores.
O projeto para doação para e empresa Horti Brasil, do grupo Kawakami, que previa instalação de um centro de distribuição, foi rejeitado por falta de quórum da votação qualificada.
O projeto recebeu oito votos e foi rejeitado por cinco parlamentares: Danilo da Saúde (PSB), Zé Luiz Queiroz (PSDB), Maurício Roberto (PP) e Wilson Damasceno (PSDB) e João do Bar (PHS).
O bate-boca foi provocado na discussão do terceiro projeto, para doação de área destinada à empresa Cacau Foods.
O caso provocou mais debate sobre a importância da doação com críticas à prefeitura pela falta de informações mas com argumentos para que a doação fosse aprovado devido à importância dos investimentos.
O vereador Wilson Damasceno pediu vistas ao projeto por cinco dias, o que levaria a votação para sessão do dia 2 de dezembro – a próxima será tomada pela votação do Orçamento de 2020.
O presidente Marcos Rezende, do bloco governista, acusou José Luiz de intencionalmente confundir o plenário.
“O senhor quis confundir o plenário. O senhor quer que eu diga mais? O senhor não quer ler, não quer entender. O senhor chegou ontem em Marília, é aventureiro aqui. O senhor trouxe uma confusão no entendimento de todos aqui”, disse Marcos Rezende.
Chamou Zé Luiz de oposição ao prefeito. “Tudo o que o senhor faz aqui é para disseminar confusão”. Chamou o vereador de ‘escorpião’ e acusou Queiroz de trair o prefeito Daniel Alonso.
Sem microfone, Zé Luiz só pode ser ouvido por quem estava no plenário, quem assistiu pela TV Câmara perdeu vários detalhes da discussão.
José Luiz Queiroz acusou Rezende de transformar a Câmara em um ‘puxadinho da prefeitura’ e em rebate ao ataque de traição afirmou “não vou dizer o bicho que o senhor é”.
Wilson Damasceno pediu que Rezende lesse o artigo da lei citado por José Luiz Queiroz. O presidente da Câmara não aceitou o pedido, tirou a palavra de Damasceno e depois atacou o parlamentar, que está em seu quarto mandato, “o senhor está na mesma situação”.
O projeto para a Cacau Foods acabou aprovado por dez votos contra três – Zé Luiz, Damasceno e Maurício Roberto.
Os vereadores aprovaram ainda doação de uma área para a Associação dos Apicultores.