
Começou nesta semana em Marília um programa de plantio de árvores em grandes corredores viários com mudas de Ipê já floridas na avenida República, em frente à garagem da Prefeitura, em proposta que busca atender metas e melhorar o desempenho da cidade no programa Verde Azul, uma iniciativa do governo do Estado que avalia diferentes condições de sustentabilidade em municípios.
O Programa Município Verde Azul mede e apoia a eficiência da gestão ambiental com a descentralização e valorização da agenda ambiental nos municípios. Marília fechou 2019 com nota 6,79 na 479ª posição do ranking no Estado, a terceira pior desde 2011, quando ficou com o 594º lugar. Em 2018 foi a 548ª do Estado.
Cassiano Rodrigues Leite, chefe de Meio Ambiente da Secretaria e articulador do programa estadual na cidade, relata que entre os diferenciais estão a seleção de espécies e também o chamado “espaço árvore”.
A ideia é que as raízes tenham liberdade para crescer, sem provocar danos. “Na arborização sem critérios, acontece de estourar calçada, da raiz danificar até tubulação, procurando por água para seu desenvolvimento. Com essa nova proposta de espaço árvore, com cobertura, por exemplo, de amendoim forrageiro, isso não acontece”, disse.
Para ser considerado adequado, o espaço árvore (retangular) deverá ter perímetro e área proporcional à metragem do passeio, com largura de 40% do total. Já o comprimento deve ter o dobro de sua largura, devendo sempre respeitar sempre a acessibilidade ou passagem mínima de 1,20 m para o pedestre.
O espaço árvore com o novo padrão também deverá ser exigido quando da solicitação de aprovação de um novo empreendimento. Nesses casos, o espaço deverá ter dimensões no mínimo de 2,5 m. No caso dos prédios públicos, o projeto tem que ser implantado em um prazo de até três anos.
As vantagens do formato retangular (nas proporções especificadas acima) são muitas. “Aumento da infiltração da água no solo; minimiza problemas relacionados à impermeabilização do sol; retenção de resíduos e infiltração da água da chuva no solo; aumento da fixação da base da árvore; reabastecimento do lençol freático e do embelezamento da cidade”, destacou Cassiano.
Para estar em conformidade com o Programa Município VerdeAzul, em relação às árvores já plantadas em calçadas de ruas e avenidas, os municípios devem, na medida do possível, “libertar” as árvores do concreto em torno delas.
Experiência relatada no município que inspirou a ideia (Itajobi) mostrou que uma árvore em frente à matriz daquela localidade estava estrangulada no concreto e teve mudança em seu desenvolvimento após a intervenção.
“Funcionários da prefeitura rasgaram a calçada para que aquela árvore possa, a partir de agora, respirar, receber mais água e, com isso, não se atrofiar”, conta Cassiano, que participou do programa Ambiente Móvel, e ouviu o relato do secretário do Meio Ambiente de Itajobi, Maurício Brusadin.