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Fiat Palio resistiu ao tempo no Brasil. Relembre sua história

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Fiat Palio resistiu ao tempo no Brasil. Relembre sua história


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Poucos sabem, mas o verdadeiro objetivo do Palio era substituir o Fiat Uno em meados de 1996. O projeto mais moderno e requintado desenvolvido pelo Centro de Estilo da Fiat, porém, seria bem mais caro que o longevo hatchback da marca, acrescentando sobrevida ao Mille nas próximas décadas. Isso não impediu o Palio de fomentar uma verdadeira história de sucesso, cativando gerações de condutores.

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O Palio foi um dos carros mais importantes da Fiat nos últimos trinta anos. Produzido em Betim (MG) desde o nascimento, mais de 3 milhões de veículos foram emplacados por aqui, contando ainda com 200 mil importações. A reportagem do iG Carros olha para o retrovisor e reconta os principais pontos dessa trajetória.

Os novos hatches

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Divulgação
A primeira frente do Fiat Palio no mercado brasileiro, em 1996. Bancos bipartidos eram destaque do modelo mais caro, assim como o motor 1.6 16V

A história do Palio cruza com a do Fiesta (que você pode conferir clicando aqui ). Na metade da década de 1995, aconteceu a renovação completa dos compactos brasileiros. Gol quadrado, Chevette, Escort Hobby e Uno já estavam defasados, e precisavam de uma renovação urgente. Com isso, tivemos o lançamento de quatro novos produtos de uma só vez: Gol “bolinha”, Corsa, Fiesta e Palio. 

O modelo da marca italiana com sotaque mineiro foi apresentado com 3,8 metros de comprimento, 1,63 m de largura, 1,43 m de altura e 2,37 m de distância entre-eixos, proporções que foram mantidas por praticamente toda sua produção, uma vez que o Palio teve apenas duas gerações no Brasil. O porta-malas tinha honestos 290 litros de capacidade.

Ele foi lançado com o defeituoso 1.5 Fiasa com injeção eletrônica, com 76 cv de potência. O motor 1.6, de 106 cv,  era importado da Itália. No segundo ano de mercado, o Palio recebeu os novos motores 1.0 e 1.6, com 61 e 82 cv, respectivamente. Em 1997, surgiu a saudosa perua Weekend (que foi descontinuada apenas agora, no início de 2020), a picape Strada (prestes a ser renovada) e o sedã Siena, inicialmente produzido na Argentina.

A primeira reestilização

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Divulgação
O famoso projetista italiano Giorgetto Giugiaro ficou encarregado de desenhar o facelift do Fiat Palio

Em 2000, o famoso projetista italiano Giorgetto Giugiaro foi convocado para dar o primeiro tapa no visual do Palio . As mudanças se concentraram na dianteira, onde o Palio ganhou faróis quadriculados e maiores. A grade dianteira também mudou, assim como alguns detalhes do interior. Essas alterações chegaram às linhas  Weekend e Siena apenas em 2001.

Foi nessa geração que a Fiat aproveitou para lançar o motor 1.3 Fire de apenas 55 cv e 8,6 kgfm de torque. Apesar de ser menos potente que o antigo Fiasa, era mais durável.

A segunda reestilização

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O segundo facelift do Palio foi o que mais durou, sobrevivendo até mesmo à nova geração em 2011

O Palio estreou sua terceira linguagem visual em 2003, novamente com Giugiaro à frente do projeto. Nessa geração, a reestilização foi mais severa: os faróis dianteiros ficaram maiores e mais abaulados, com nova grade frontal. Na traseira, a lanterna antiquada foi modernizada, acarretando até mesmo na substituição da tampa do porta-malas.

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A Fiat apostou em uma mudança radical na traseira, substituindo a tampa do porta-malas

Este talvez tenha sido o melhor Palio de todos os tempos. Tinha airbags, CD Player, computador de bordo e sensor de chuva entre os itens opcionais. Foi também o primeiro modelo flex da FIat.

A Fiat também remanejou sua linha de motores durante a produção deste modelo. O antigo 1.3 Fire virou 1.4, e o 1.8 entregava 110 cv de potência. Nessa geração, a marca também fez uma releitura da linha R, um uma versão especial do Palio que integrava motor de origem GM. 

E vamos de reestilização…

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O último facelift do Palio não agradou tanto quanto o anterior. Modelo sobreviveu entre 2008 e 2011, e acabou sendo descatado

Em 2007, o Palio recebeu o seu quarto “rosto”. Ele mantinha os faróis abaulados, porém com novo formato. As lanternas traseiras ficaram bem mais próximas do para-choque, inaugurando um conceito inédito. O modelo com o facelift anterior foi mantido, ganhando a denominação Economy. Neste caso, o compacto mineiro passou a integrar um ponteiro que sugeria a forma mais eficiente de condução. Em 2010, a linha Essence ganhou motor 1.6, de 116 cv, da família E.Torq.

Finalmente, a nova geração

Com quase 16 anos de mercado sem muitas alterações, o Palio ganhou sua segunda geração em outubro de 2011. Com a nova plataforma, o modelo cresceu para 3,87 m de comprimento, 1,67 m de largura, 1,50 m de altura e 2,42 m de distância entre-eixos, com porta-malas de 290 litros. Os motores foram mantidos.

Apenas o Siena acompanhou a mudança de plataforma, tendo seu nome alterado para Grand Siena. As versões Strada e Weekend continuaram defasadas. A Fiat ainda manteve o Palio Fire em linha, como o substituto definitivo do antigo Mille. Com a obrigatoriedade de airbags e ABS, o antigo compacto italiano de 1983 acabou sendo descontinuado em 2013.

O fim

Com duas gerações do Palio no mercado, a Fiat atingiu um feito inédito: desbancou o VW Gol e assumiu a liderança do mercado nacional. A alegria durou pouco, pois ainda em 2015 o Chevrolet Onix assumiu a ponta da tabela, permanecendo por lá desde então.

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Com a chegada do Mobi e as versões mais baratas do Argo, o Fiat Palio foi perdendo versões até deixar de ser produzido em 2017. Curiosamente, o modelo antigo de 1996 sobreviveu mais tempo que a sofrida segunda geração. Dos antigos rivais, apenas o VW Gol sobrevive com o mesmo nome. Com mais de 3 milhões de emplacamentos, o Palio dificilmente desaparecerá das ruas brasileiras algum dia. 

Fonte: IG CARROS