Marília

Contratada sem licitação emperra entrega e aumenta preços de máscaras para Marília

Contratada sem licitação emperra entrega e aumenta preços de máscaras para Marília

Virou caso judicial uma compra sem licitação feita pela Prefeitura de Marília para fornecimento de 17 mil máscaras de uso por profissionais da saúde na cidade. A empresa emperrou o fornecimento, aumentou os preços em quase 70% e não entregou sem pagamento antecipado.

Uma liminar concedida nesta sexta-feira pelo juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz, da Vara da Fazenda Pública de Marília, deu prazo de 48 horas para que a entrega seja feita sob risco de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

A Prefeitura comprou 2.000 máscaras do modelo respirador dobrável IPFF2 ou NK95 com preço de R$ 8,00 por cada, que oferecem maior controle de contaminações, e 15 mil máscaras cirúrgicas descartáveis com preço de R$ 3,70 por unidade.

Fez o processo com dispensa de licitação, justificada pelo estado de calamidade em função do controle do coronavírus e comprou às máscaras junto a uma empresa de Araraquara.

Como a entrega atrasou, a prefeitura fez uma notificação extrajudicial para o fornecimento. A empresa comunicou um aumento de preços: as 2.000 máscaras IPFF42 passariam a custar R$ 13,50 por unidade.

Apesar do aumento de quase 70% houve nova ordem de entrega para o município. A compra, inicialmente avaliada em R$ 71.500, passou a R$ 82 mil.

A decisão do juiz obriga a empresa a fornecer as máscaras com o preço inicial divulgado.

“A empresa requerida não dispõe de razões plausíveis para levantar dúvidas acerca da solvabilidade da Municipalidade, considerada a emissão da nota de empenho. Tampouco se mostra leal inflacionar o preço dos produtos sem qualquer razão idônea, de forma atentatória à mais rudimentar noção de boa fé contratual, sobretudo em época em que os produtos adquiridos se revelam essenciais para atender à saúde da população”, diz o juiz.