
A Secretaria de Estado da Saúde e os municípios de São Paulo vão adiar a campanha de vacinação contra a raiva para cães e gatos de 2020, visando à prevenção da Covid.
Tradicionalmente, a ação ocorria entre os meses de agosto e setembro. A campanha poderá ser reprogramada a depender do cenário epidemiológico do novo coronavírus, e qualquer definição será discutida com os municípios e amplamente comunicada à população.
Segundo o governo do Estado, a medida foi discutida entre a pasta e as cidades na chamada “CIB” (Comissão Intergestores Bipartite) e segue recomendações do Ministério da Saúde, órgão do Governo Federal, que prevê a reprogramação da campanha antirrábica para redução do risco de contágio da Covid.
Devido ao risco de transmissão do novo coronavírus em situações que geram aglomeração, as equipes técnicas de saúde estadual e municipais optaram por manter apenas a imunização de rotina, disponível nos serviços de saúde municipais ou estabelecimentos médico-veterinários privados, sendo responsabilidade do tutor ou proprietário zelar pela saúde do animal de estimação.
“Em SP, as ações de vigilância, prevenção e controle da raiva são constantes, e há mais de duas décadas foi eliminada a circulação da variante canina”, explica a diretora do Instituto Pasteur, Luciana Hardt. Desde 1997, SP não registra casos de raiva em humanos provocadas pela variante canina, e desde 1998 não há casos caninos e felinos.
Casos esporádicos podem ocorrer pela variante de morcego, sendo o último registro de 2018 após contato direto da vítima com morcego infectado (vivo ou morto). “Por isso, é fundamental que esses animais não sejam manipulados caso sejam encontrados nas residências, quintais e áreas com vegetação. O cidadão que encontrar um morcego caído, por exemplo, deve acionar os profissionais de saúde do município, para que recolham e encaminhem devidamente para diagnóstico laboratorial”, complementa Hardt.
Os morcegos são animais silvestres protegidos por lei, e contribuem com o meio ambiente porque agem na polinização de flores, dispersão de sementes, controle da população de insetos. Portanto, não devem ser exterminados em qualquer hipótese.
Prevenção e atendimento médico
A prevenção da raiva ocorre por meio do controle da doença nos animais domésticos e da profilaxia no ser humano. Assim, as pessoas ou cães e gatos que tiverem contato acidental com morcegos devem ser prontamente encaminhadas para tratamento profilático. Também é imprescindível procurar um serviço de saúde se a pessoa for arranhada ou mordida por um animal mamífero desconhecido.
Não há cura para a raiva e é uma doença quase sempre fatal, que pode provocar paralisia, debilidade e outros quadros motores.