
Quase seis meses depois de iniciado o controle de quarentena para enfrentamento `+a epidemia de coronavírus, o comércio de Marília volta a abrir por oito horas diárias a partir deste sábado, sem novas regras municipais que regulamentem a atividade.
As lojas abrem das 9h às 17h de segunda a sábado. Nos shoppings o horário será das 12h às 20h. Bares, restaurantes, clubes, academias, salões de barbearia e estética também estão autorizados a funcionar por oito horas e vão definir seus horários.
A omissão de normas locais não significa um vale tudo. As regras estaduais continuam em vigor, mas sua aplicação depende de a fiscalização municipal atuar, um controle que já muito descaracterizado mesmo quando a cidade esteve na faixa laranja, nos últimos 15 dias.
As regras estaduais estabelecem limites de ocupação em todos os espaços e ainda fixa alguns horários limites para bares e restaurantes, que a cidade não segue com uma liberalidade que o prefeito Daniel Alonso chama de “adequações funcionais à realidade de Marília”.
Decretos municipais antigos e não revogados que regulamentam a abertura com maior amplitude incluem conflitos com as regras do Estado e ainda têm problemas maiores, como previsão de seis horas de atendimento nos setores autorizados. Nem isso a prefeitura corrigiu.
A falta de normas também deixa sem orientação medidas como música ao vivo nos bares ou uso dos vestiários em clubes e academias. Eventos com aglomeração seguem proibidos pelas normas estaduais.
A liberdade é baseada em números de controle da epidemia melhores que o da maioria das regiões no Estado. A região de Marília foi a única até o momento a atingir todos os níveis para faixa verde, de maior liberalidade, embora já tenha perdido essa condição. Ainda mantém três dos cinco índices de avaliação na faixa verde, tem dois na amarela.
O número de óbitos por cem mil habitantes é o melhor do Estado e recebeu destaque em manifestações técnicas de um pesquisador ligado à Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
Veja no gráfico abaixo o que dizem as regras estaduais
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília, Adriano Luiz Martins, disse que a abertura por oito horas era uma sugestão antiga da entidade. “Dilui o movimento, reduz riscos de aglomeração, tem muitos efeitos positivos para a geração de empregos”, diz o dirigente.
Para Adriano, é fundamental que os lojistas e toda a população continuem se preocupando com os protocolos de proteção. “Isso é um compromisso e uma obrigação de todos. Cada vez que retrocedemos na classificação o prejuízo é muito maior.”
Com a ampliação do horário de funcionamento nesta quarentena, a campanha promocional em desenvolvimento pela Associação Comercial e Industrial de Marília neste mês de Setembro será intensificada tanto entre as lojas físicas como as lojas virtuais.