Marília

Cai número de queimadas em rodovias de Marília e região; chuvas ajudaram

Cai número de queimadas em rodovias de Marília e região; chuvas ajudaram

O número de focos de incêndio às margens das rodovias administradas pela Entrevias na região de Marília diminuiu 33,6% de maio a 23 de agosto deste ano em comparação  com o mesmo período de 2019. Foram 119 casos no passado e 79 casos em 2020.

O período de julho a setembro é considerado crítico devido às condições climáticas da época, de estiagem prolongada e baixa umidade do ar, que favorecem a combustão e propagação das chamas na vegetação que margeia as rodovias. Contudo, neste ano, os estragos foram menores devido ao aumento de 173,12% na incidência de chuva de maio a agosto em Marília, no comparativo com a mesma época do ano passado.

Somente em agosto, choveu na cidade 101 milímetros, contra 3,7mm em agosto passado. Em Assis, segunda maior cidade do trecho Sul, a precipitação pluviométrica também foi maior nos períodos comparados, cerca de 29,36%. Em agosto foram 83,5 milímetros, contra 2,2mm em 2019.

No trecho Sul da concessão, os incêndios ocorreram com mais frequência entre os municípios de Marília e Echaporã. Geralmente, no perímetro urbano, que concentra o maior número de focos, principalmente devido ao descarte de lixo pela população lindeira e maior presença de pedestres e usuários.

Desde junho, a Concessionária participa da Operação Corta Fogo, iniciativa sazonal que segue até setembro, coordenada pela Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo). O objetivo é combater incêndios e garantir a segurança viária de usuários de rodovia, já que em muitos casos a fumaça invade a pista e pode prejudicar a visibilidade.

Para auxiliar na redução e enfrentamento de queimadas na área de domínio, a Concessionária intensifica o monitoramento de pontos já conhecidos como de maior incidência através das câmeras instaladas ao longo da SP-333, de Borborema a Florínea.

Com um sistema inteligente de detecção automática de incidentes, o circuito de câmeras da empresa permite o acompanhamento em tempo real das estradas, 24 horas por dia, e acusa na tela do monitor do operador situações atípicas que precisam de checagem, como início de fogo. Ao constatar o princípio de incêndio, a empresa aciona os recursos necessários neste tipo de chamada: caminhão-pipa e viatura de inspeção de tráfego para garantir a segurança na malha viária e, se necessário, interdita a rodovia.

“O fogo, além de ser um problema ambiental que atinge a flora e, em alguns casos, a fauna, também representa risco à segurança dos motoristas. Por isso, a principal orientação continua sendo evitar colocar fogo e descartar lixo e bituca de cigarro às margens da rodovia, no mato seco. E, no caso de avistar um princípio de fogo, acionar imediatamente a concessionária”, orienta o gerente de Operações da Entrevias, Jorge Baracho.

Além das providências operacionais, rotineiramente equipes do setor de Conservação roçam as áreas que margeiam as rodovias, dentro da faixa de domínio, e removem a massa verde e resíduos que poderiam favorecer a propagação do fogo. “Outro fator que ajuda a evitar incêndios é a campanha de aceiro, que fizemos dentro da faixa de domínio da concessionária durante o ano, que consiste em deixar uma camada de solo exposta – sem vegetação – nas áreas limítrofes sob concessão da Entrevias. Essa técnica dificulta a passagem do fogo entre as vegetações”, completa Bruno Marin, gerente de Conservação.

O engenheiro florestal da Estação Ecológica de Assis (IF), Antônio Carlos Galvão de Melo, explica que na maioria dos casos o fator humano e a ocupação de solo dificultam o controle das queimadas, principalmente nos meses críticos de seca, como de maio a setembro. “O fogo pode começar de muitas maneiras: com uma bituca de cigarro jogada às margens da rodovia, às vezes mesmo em uma operação agrícola com algum maquinário que emita calor, o que em condição de ar e palha secos, pode ser um gatilho. A disponibilidade de material para queimar também influencia”, diz Melo. Ainda assim, ele explica que o fator climático é determinante, já que, com ar mais úmido, a propagação e intensidade do fogo é menor.