
Quase três anos depois de a Prefeitura de Marília descartar oito toneladas de carne da merenda escolar por deterioração na Cozinha Piloto da cidade, a Justiça descartou na quinta-feira a previsão de uma perícia em equipamentos.
Com a medida o juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz abriu processo para que o Ministério Público e os quatro acusados no caso, envolvendo o prefeito Daniel Alonso e o ex-secretário da Educação, Roberto Cavallari Filho, apresentem suas manifestações finais.
“Diante da manifestação do Ministério Público, homologo a desistência da produção da provapericial…Concedo o prazo sucessivo de 15 (quinze) dias úteis para a apresentação de razões finais escritas, iniciando-se pela parte requerente”, diz o despacho.
A decisão, divulgada no site oficial do Tribunal de Justiça, prevê que após esta fase o caso siga para sentença e conclusão em primeira instância, com várias possibilidades de recursos de todos os envolvidos.
A realização da perícia era discutida no processo há pouco mais de um ano e nunca foi feita. Havia até a indicação do perito e a previsão de um custo de R$ 6.000 para o serviço em valores de dezembro do ano passado.
Após o caso, a prefeitura desmontou o serviço centralizado de gestão do armazenamento na Cozinha Piloto e os alimentos passaram a ser controlados nas escolas. O promotor Oriel da Rocha Queiroz, responsável pela denúncia de improbidade, apresentou a manifestação pela desistência da perícia.
A ação envolve acusação de dano ao erário com pedido de devolução dos valores perdidos, multa e suspensão de direitos políticos. Além do prefeito e ex-secretário são acusadas uma nutricionista servidora de carreira e uma comissionada.
O caso aconteceu quase uma semana após o desligamento do ex-secretário, quando servidores da Cozinha acusaram mau cheiro na Câmara fria que era usada para armazenamento. A câmara estava sobrecarregada em período de recesso escolar por uma situação de impasse na compra e entrega dos alimentos provocado por atrasos nos pagamentos.
Foram perdidos 7.000 quilos de carne bovina e aproximadamente mil quilos de carne de frango. O valor do prejuízo foi de R$ 122 mil, em valores da época, parte de uma compra de R$ 1 milhão.