Economia

Governo pressiona Congresso para agilizar aprovação de pautas econômicas

Governo pressiona Congresso para agilizar aprovação de pautas econômicas Governo pressiona Congresso para agilizar aprovação de pautas econômicas Governo pressiona Congresso para agilizar aprovação de pautas econômicas Governo pressiona Congresso para agilizar aprovação de pautas econômicas
Governo pressiona Congresso para agilizar aprovação de pautas econômicas


source

Depois de o presidente Jair Bolsonaro apresentar oficialmente na quarta-feira (03) ao Congresso uma lista de projetos prioritários,o governo discute com seus líderes na Câmara e no Senado uma sequência enxuta de propostas econômicas a serem de fato votadas nos primeiros meses do novo comando do Legislativo.

A ideia é concentrar esforços em projetos já em andamento e que enfrentem menos resistência.

Documento entregue pelo Palácio do Planalto aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) , e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) , traz uma lista ampla de reformas econômicas, incluindo três propostas de emenda à Constituição (PEC) voltadas para medidas de ajuste fiscal, reformas administrativa e tributária, além da privatização da Eletrobras.

O plano, no entanto, é avançar aos poucos nessas medidas.

A estratégia foi discutida em almoço na quarta-feira com os líderes do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR); no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE); no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-GO); e os ministros da Economia, Paulo Guedes; e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

A expectativa é que os líderes se reúnam nesta quinta com Lira e Pacheco. Nesses encontros, o governo quer definir uma lista de cinco ou seis projetos em cada Casa para serem votados entre fevereiro e março.

Sinal de ‘destravamento’

O objetivo do governo, neste momento, é demonstrar força e indicar que a agenda legislativa está avançando. Por isso, a intenção é votar rapidamente a independência do Banco Central . Já aprovado no Senado, o projeto está parado na Câmara.

Para o governo, é importante aprovar essa proposta, agora como forma de sinalizar ao mercado que o Palácio do Planalto está assumindo o controle da pauta da Câmara.

Você viu?

O governo acusa o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) de segurar a votação da autonomia do BC e, por isso, o projeto é considerado emblemático para passar uma mensagem de “destravamento” da pauta legislativa.

A intenção é privilegiar, neste momento, propostas que já foram aprovadas em uma das Casas, caso da autonomia do BC. Nessa lista estão também o novo marco regulatório do gás, na Câmara, e os de ferrovias e cabotagem (navegação entre portos nacionais), no Senado.

O governo sabe que é preciso negociar a aprovação de pautas maiores, principalmente as reformas econômicas. Por isso, a ala política avalia ser necessário construir uma base, aos poucos, com projetos mais “fáceis” antes da votação de propostas mais robustas, como a reforma administrativa.

 A reforma tributária também deve andar mais lentamente. Segundo fontes, a equipe econômica não concorda com os textos hoje em tramitação no Congresso e aguardará para avançar na medida, considerada uma das mais polêmicas da lista.

Bolsonaro pediu ao Congresso ainda para aprovar o  Orçamento de 2021 até março “para que o governo consiga honrar seus compromissos”. Barros, líder do governo na Câmara, disse que a aprovação da previsão de gastos e receitas é importante, inclusive para abrir caminho para a criação de um novo auxílio emergencial.

“Ainda não temos Orçamento. Para pagar um novo auxílio, é preciso ter de onde tirar, temos que abrir espaço no Orçamento, porque não temos recursos extras”, afirmou Barros. 

‘No papel é tudo bonito’

Para o cientista político Luiz Felipe D’Avila, coordenador do grupo Unidos Pelo Brasil e presidente do Centro de Liderança Pública (CLP) , o governo precisa primeiro acertar a articulação política para conseguir aprovar as propostas.

“Nós temos que focar nos projetos de recuperação da economia, do emprego e da renda. O Brasil precisa sair do atoleiro do baixo investimento”, afirmou.

“No papel é tudo bonito, quero ver como criar coordenação política para colocar essas coisas em votação e não votar projetos meias-bocas”, concluiu D’Avila.