A Polícia Federal pediu oficialmente ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito para investigar suspeita de pagamentos ao ministro Dias Toffoli por venda de decisões beneficiar prefeitos do Rio de Janeiro no Tribunal Superior Eleitoral.
O pedido é baseado em informações do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que apontou em acordo de delação premiada pagamentos de R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos.
A denúncia diz ainda que os repasses foram feitos pelo escritório da mulher de Toffoli, a advogada Roberta Rangel. O ministro Edson Fachin, relator do caso, já teria encaminhado o pedido para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar.
Os pagamentos teriam sido realizados nos anos de 2014 e 2015 e eram operacionalizados por Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro.
É a primeira vez que em a PF pede ao Supremo uma apuração que envolve um ministro da própria corte. Toffoli divulgou por sua assessoria que não tem conhecimento dos fatos mas que nunca recebeu os valores e nem atuou para favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções.
Nascido em Marília em 15 de novembro de 1967, Toffoli viveu na cidade até ingressar na faculdade de direito da USP, no Largo São Francisco. Foi advogado, consultor jurídico no movimento sindical e ocupou cargos de assessoria jurídica até se tornar Advogado Geral da União, no governo do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, que rendeu a ele a indicação para o STF. Foi presidente da Corte entre 2018 e 2020.