Marília

Procedimento na PM pode demitir sargento que apreendeu carro de vereadora

Procedimento na PM pode demitir sargento que apreendeu carro de vereadora Procedimento na PM pode demitir sargento que apreendeu carro de vereadora Procedimento na PM pode demitir sargento que apreendeu carro de vereadora Procedimento na PM pode demitir sargento que apreendeu carro de vereadora
Sargento Alan Fabrício durante abordagem e apreensão de veículo de vereadora em Marília
Sargento Alan Fabrício durante abordagem e apreensão de veículo de vereadora em Marília

Uma oficial aposentada e promovida, uma vereadora absolvida e reeleita. E quase dez meses depois, o rumoroso caso conhecido como carteirada no trânsito de Marília pode ter a primeira punição: o segundo sargento Alan Fabrício Ferreira será alvo de um Conselho de Disciplina, processo que pode resultar em sua demissão, por envolvimento no caso.

O Conselho é um processo administrativo para avalição de policiais com mais de dez anos de carreira e pode “declarar a incapacidade moral da praça para permanecer no serviço ativo da Polícia Militar”. Pode ser concluído em até 60 dias. É conduzido por três oficiais. Não é mais uma situação de investigação, mas de análise das informações para eventuais medidas administrativas. 

O procedimento foi instaurado na sexta-feira. É a segunda medida oficial da PM no caso, após inquérito policial militar sigiloso que tramitou no batalhão da polícia na cidade. O procedimento é sigiloso. 

O advogado Marcos Rogério Manteiga, que representa o policial, disse que é um procedimento de exoneração. “Não passa de uma perseguição política”, disse o advogado.

Para ela, a abertura do procedimento mostra “o lado podre da PM de São Paulo”. O advogado citou o caso da soldado Jéssica Paulo do Nascimento, 28 anos, que deixou a PM depois de denunciar caso de assédio que teria sido cometido por um oficial. Ela diz que decidiu sair por causa da pressão interna após a denúncia.

O CASO

Alan Ferreira abordou na madrugada do dia 16 de agosto de 2020 um carro dirigido pela filha da vereadora Daniela D’Ávila Alves e apreendeu o veículo por licenciamento vencido e pneus fora das condições de segurança.

Durante a apreensão, recebeu um telefonema da ex-comandante do batalhão, a tenente-coronel Márcia Cristina Cristal Gomes, com orientação para liberar o veículo. O telefonema foi gravado e o áudio circulou.

A repercussão do caso provocou o inquérito na PM, uma denúncia com pedido de cassação da Daniela e denúncias contra a oficial. A Câmara rejeitou a cassação, a vereadora foi reeleita e Cristal foi transferida a Bauru. Em abril deste ano foi aposentada e promovida a coronel.

O sargento Alan, que na época da apreensão foi afastado do trânsito e enviado para um curso – em que foi premiado em São Paulo – acabou reintegrado à corporação em Marília.