O Instituto Adolfo Lutz, laboratório integrante da Rede Nacional de Sequenciamento do Ministério da Saúde, confirmou dois casos da variante que emergiu na Colômbia e foi detectada no Equador, nos EUA, no Caribe e em alguns países da Europa, e ainda não havia sido encontrada no Brasil, em amostras provenientes de Cuiabá/MT, coletadas em indivíduos da equipe da Copa America.
Além desses casos, foram sequenciadas outras dez amostras, todas contendo a Variante de Atenção Gamma (P.1). A confirmação foi feita pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz, por meio do sequenciamento genético de amostras de SARS-CoV-2 enviadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Mato Grosso, que procedeu alerta ao National Influenza Center/Núcleo de Doenças Respiratórias no Instituto, para que os casos fossem investigados.
Os vírus sequenciados são da linhagem B.1.621 e possuem, entre outras, mutações nas posições 484 e 501 do gene que codifica a proteína Spike, que podem estar associadas a um maior potencial de transmissão e, por este motivo, é considerada, pela Organização Mundial de Saúde, uma Variante de Interesse. Os pacientes são ambos do sexo masculino, têm 37 e 47 anos e são provenientes do Equador e da Colômbia, respectivamente.
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A investigação epidemiológica dos casos está em andamento no estado de origem das amostras. A atuação dos órgãos oficiais de vigilância de maneira integrada, como a Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública, ligada à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, assim como dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública, além das vigilâncias epidemiológicas estaduais e municipais, é fundamental para que se detecte a introdução de novas variantes em território nacional, além de impedir sua propagação.
As sequências foram depositadas na Global Initiative on Sharing All Influenza Data (GISAID) – o maior banco para o compartilhamento dos dados de Influenza e outros vírus respiratórios -, sob os nºs de acesso EPI_ISL_2896232 e EPI_ISL_2896233, correspondem a 99,7% do genoma do SARS-CoV-2, possuem 98% das bases com no mínimo 500 leituras e cobertura média de 4.000 vezes.
