
A morte de Milton José Pereira, 65 anos, o Miltão Santista, ocorrida no sábado, tira de Marília mais uma figura emblemática, muito conhecido apesar de viver fora do circuito de poder e grandes eventos. Era conhecido por ser o Miltão.
Apaixonado por futebol e torcedor fanático do Santos, era também um apaixonado pelo MAC. Cantador de versos sertanejos, irmão e tio querido e lembrado por sua alegria e personalidade, tinha conta em redes sociais mas pouco usava.
Na página da internet, listava 407 amigos. É nada perto do volume de pessoas que o conheciam e encontraram com Miltão em diferentes momentos.
É lembrado pelo irmão, o advogado e professor de Direito Benedito Cerezzo Pereira, como o suporte após perdas precoces de pai e mãe. Pelos contatos de Miltão, Cerezzo chegou ao Noroeste e fez um carreira como esportista antes de descobrir o mundo jurídico.
Miltão era figura frequente no centro da cidade, mas também em encontros nos distritos, e bairros. Sempre a pé ou em carona com amigos, como o advogado Ulysses Tucunduva.
Passou por mim em uma noite de muito trabalho no antigo jornal Diário de Marília. Saída perto da meia-noite, pediu uma carona até Avencas. Disse a ele que precisava ir pra casa liberar a babá que cuidava dos dois filhos pequenos.
“Então vai sim. Pensei que você ia para algum bar, ia te levar em um churrasco. Vai pra casa.” Nos reencontramos a última vez na entrada do estádio Bento de Abreu. Miltão discutia futebol e falava dos “melhores da Galáxia”.
As restrições da pandemia evitaram tantos novos encontros de pessoas, Miltão foi mais um na lista. Escapou da Covid mas foi vítima de um mal súbito, uma partida rápida, que meus avós chamavam de morte dos justos.
Merece ser lembrado, por mim merece ter nome em algum ponto de prática esportiva.