
Nélio Berbert Alfieri, falecido aos 71 anos de idade na Bahia vítima da Covid, foi dentista, professor, maçon e adesguiano, mas sua vida de envolvimento com as pessoas e a família que a filha Ana Carla Alfieri Delphino lembra sua história em uma homenagem póstuma, embalada pelas lembranças de sua vida em Marília a partir de 1974.
Nascido em Getulina, Nélio Alfieri fez a graduação em Odontologia em Lins e chegou a Marília aos 24 anos. Especialista em Periodontia pela USP de Bauru, presença permanente em congressos da área, também foi reconhecido por sua atuação como espírita e uma pessoa sempre envolvida com a comunidade em Marília.
Nélio Alfieri com a esposa, Luciana; o genro André Gustavo Delphino – também dentista -; a neta e afilha, Ana Carla
“Muito amoroso, não só com a família. Fez muitas amizades e deixou um legado como profissional e cidadão”, lembra Ana Carla.
A filha conta que foram dias pensando na homenagem ao pai, na mensagem a amigos. Lembra que Nélio Alfieri enfrentou e superou um AVC e um diagnóstico de câncer e que o pai mesmo distante mantinha em rede3s sociais as memórias da família, netos e mensagens aos amigos
Os netos, grande paixão do dentista, em imagem divulgada por ele nas redes sociais
Teve seu primeiro casamento com Vera Lúcia Ferreira Ráiz, mãe de seus três filhos – Alessandro Alfieri, Ana Carla Alfieri Delphino e Allan Alfieri-. Em sua partida, deixou também três netos e uma neta e a irmã, Dra. Nancy Alfieri Nunes, dentista estomatologista e professora, moradora de Lins. “Amava demais a irmã”, conta a filha.
Divorciado, mudou para São Paulo e manteve um relacionamento de 15 anos com a advogada Silvéria Souza, com quem os filhos e netos ainda mantém contato.
Aposentou-se na capital e após nova separação passou a viver com a enfermeira padrão Luciana Martins e com ela mudou para o interior da Bahia, a 380 km de Salvador.
“Seguia a doutrina Espírita e se dedicou demais desde seus 11 anos de idade, tinha muitos dons espirituais”, destaca Ana Carla. Fez muitas palestras em escolas e instituições diversas, com dedicação a orientação sobre Aids quando o país enfrentou explosão de casos na década de 80.
Diagnosticado com Covid, desenvolveu um quadro grave da doença e iniciou atendimento na cidade de Cícero Dantas. Foi transferido para a capital baiana e a partir do dia 31 de julho foi intubado e submetido a uma traqueostomia. Faleceu no dia 11 de agosto.
“Não conseguimos trazê-lo para Marília ou melhor para Getulina onde sempre pediu para ficar por ser natural de lá e onde está a maioria dos familiares que faleceram da família”, explica a filha.