Saúde

Com brasileiro, OMS cria grupo de elite para investigar novas doenças

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Com brasileiro, OMS cria grupo de elite para investigar novas doenças


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A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje a criação de um painel cientistas que vão desenhar um programa de pesquisas para estudar o surgimento de novos patógenos, como o coronavírus causador da Covid-19. Reclamando de “politização” da ciência, a entidade afirma que a iniciativa busca melhorar pesquisas para elucidar a origem de novos micróbios e avançar na prevenção antes que se espalhem.

O comitê, batizado com o acrônimo SAGO (Grupo de Aconselhamento Científico para a Origem de Novos Patógenos), terá composição de 26 cientistas. Os nomeados foram anunciados hoje, e entre eles se encontra o do brasileiro Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz. A composição do painel foi escolhida a partir da indicação de mais de 700 cientistas, que ainda devem passar por uma etapa final de consulta pública e confirmação.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, a motivação para criação do novo grupo tem relação com a dificuldade de se determinar qual foi exatamente a origem do Sars-CoV-2 e de sua importância para prevenir futuras epidemias.

“O surgimento de novos vírus com o potencial de desencadear epidemias e pandemias é um fato da natureza, e apesar de o Sars-CoV-2 ser o mais novo deles, ele não será o último”, afirmou o médico, em pronunciamento.

“Entender de onde vêm novos patógenos é essencial para prevenir futuros surtos com potencial epidêmico e pandêmico, e requer uma vasta gama de expertises. Estamos muito satisfeitos com a competência dos especialistas escolhidos para o SAGO no mundo todo, e estamos ansiosos por trabalhar com eles para tornar o mundo mais seguro.”

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Entre outros nomes indicados para o grupo estão o epidemiologista John Watson, do University College de Londres, o geneticista Yungui Yang, do Instituto de Genômica de Pequim, e Inger Damon, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Em um artigo publicado como editorial da revista Science, Tedros e dois colegas de alto escalão da OMS, Michael Ryan e Maria Van Kerkhove, afirma que uma das razões para criação do SAGO é conter a pressão política que se criou sobre a investigação da origem da Covid-19, e tentar manter os trabalhos na área no campo mais técnico.

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“Os processos científicos foram feridos pela politização, razão pela qual a comunidade global de pesquisa precisa redobrar esforços para impulsioná-los”, afirma o trio.

Como a composição do SAGO inclui cientistas de todas as regiões do planetae diversas áreas de especialização, a OMS diz esperar que o novo painel tenha mais liberdade e autonomia para conduzir investigações e fazer avaliações de risco sobre novos vírus e bactérias. O grupo atuará formalmente como um braço da diretoria-geral da OMS.

No artigo da Science, os chefes da OMS afirmam que a origem da Covid-19 ainda é umam questão a ser respondida, e o novo painel de especialistas deve abordá-la. Após terem elogiado o governo chinês nos primeiros meses da pandemia em 2020, Tedros e seus coautores têm sido mais duros com a cobrança de transparência neste ano.

“Investigações detalhadas sobre os primeiros casos confirmados e suspeitos na China, antes de dezembro de 2019, precisam ser feitos com urgência, incluindo análises de amostras de sangue armazenadas naquele ano em Wuhan e proximidades, além de buscas retroativas por casos anteriores em dados de hospitais e registros de óbito”, escrevem os cientistas.

O trio tem tratado a hipótese de passagem de um vírus de morcego para humanos como a mais plausível a ser considerada, mas afirma que ainda não eliminou outras. “Um acidente de laboratório não pode ser descartado até que tenhamos evidência suficiente para fazê-lo”, escrevem.

Fonte: IG SAÚDE