
Daniel Gamatielli, 64 anos, um artesão muito conhecido pela difusão de sua obra no centro de Marília, faleceu nesta quarta-feira na cidade em perda lamentada entre artistas e ambientalistas.
Mais conhecido como Astral, apelido que fazia justiça à sua alegria e modo de vida pacifista, Daniel nasceu em março de 1957. Cresceu na cidade, onde a família morava, Correu diversos pontos do país pra apresentação em feiras de artesanato e eventos culturais.
Em uma dessas viagens tornou-se morador de uma conhecida colônia hippie na ilha de Itaparica, na Bahia. A comunidade Berlinque, formada em torno de um pescador, Almerio, conhecido como My Friend, foi entre a década de 70 e 1981 um ponto de atração de viajantes, na maioria turistas.
As histórias das viagens eram brindes a quem procurava Daniel em sua banca de artesanato na cidade, na maioria das vezes na rua São Luiz, no centro comercial da cidade.
Ao lado do primo, Cezar, um artesão também já falecido, Incentivou outros artesãos, como Wellington Oliveira, o Índio, hoje ativista da área na cidade.
“Daniel era uma pessoa muito acolhedora, sempre disposto falar sobre a suas histórias de viagens pelo o Brasil. Um artesão autêntico e supercriativo. Tenho muita gratidão por ter aprendido com estes dois mestres que Marília teve no artesanato tradicional hippie”, disse Wellington.
Era frequentador assíduo da biblioteca, que visitava todos os dias para ler jornais de circulação nacional publicações da cidade, além de interagir com outros frequentadores.
No espaço também fez curso de informática voltado para a terceira idade. Integrava a tradição de artesanato hippie a técnicas próprias como uso de moedas antigas em medalhões e adereços.
O sepultamento foi marcado para 17h desta quarta-feira no cemitério da cidade.