
A Polícia Civil de Marília deve fazer nos próximos dias uma reconstituição da morte do funileiro Daniel Luís da Silva de Carvalho, 29 anos, baleado por um policial militar que estava de folga e presenciou uma discussão da vítima com outro mecânico na Via Expressa Sampaio Vidal.
Segundo o registro do caso, Daniel foi morto depois de atacar Vivaldo dos Santos, no que seria uma discussão sobre a venda de veículo. Mas a família de Daniel diz que o caso foi uma emboscada
A reconstituição foi pedida pelo Ministério Público depois que a Polícia Civil encerrou a investigação sem indiciar o policial, que diz ter agido em legítima defesa depois de Daniel atacar Vivaldo com uma faca.
A promottoria quer definir detalhes da dinâmica da briga até momento em que o policial fez os disparos. Há mais pedidos, como novo depoimento da esposa de Daniel e esclarecimentos sobre laudos periciais realizados em telefones.
A mulher disse que ligações feitas pouco antes do conflito e morte de Daniel seriam prova da emboscada. Mas o inquérito não encontrou dados destas ligações.
Apesar de não indiciar o policial, o inquérito diz que ele foi imprudente pois presenciou diferentes momentos da discussão e não tomou medidas para prevenir situação mais grave, como chamar policiais em serviço para intervenção no local.
“Não tomou uma atitude mais decisiva no sentido de evitar o mal maior que se avizinhava, qual seja, o acionamento de outros policiais militares para evitar a situação extrema. Pelo contrário, manteve sua atitude de conversar com Daniel e convencê-lo a não agredir Vivaldo, comportamento este que já havia se mostrado ineficaz”, diz o relatório.