Economia

Auxílio emergencial de R$ 300: Pagamento irregular soma R$ 809 milhões

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Auxílio emergencial de R$ 300: Pagamento irregular soma R$ 809 milhões


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Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que os gastos com pagamentos irregulares do auxílio emergencial de R$ 300 (que vigoraram durante 4 meses) somaram R$ 808,9 milhões em 2020. O órgão estima que 1,8 milhão de pessoas podem ter recebido as parcelas indevidamente  – o número equivale a 3,2% do total de 56,8 milhões dos beneficiários.

Entre as pessoas que recebiam o auxílio estavam, segundo o documento:

  • 15,7 mil pessoas com indicativo de óbito;
  • 38,2 mil presos em regime fechado;
  • 16,7 mil residentes no exterior;
  • 822 mil trabalhadores com emprego formal;
  • 240 mil famílias com renda mensal superior ao limite;
  • 18 mil famílias com mais de um beneficiário;
  • 75,6 mil pessoas que receberam mais parcelas do que o programa permitia;
  • 160,6 mil pessoas que recebiam um benefício do INSS simultaneamente;
  • 442,2 mil beneficiários que recebiam o Bolsa Família simultaneamente em valor acima do limite.

Enquanto isso, muitas famílias não receberam todas as parcelas às quais tinham direito. De acordo com a CGU, isso pode ter ocorrido após ações preventivas do Ministério da Cidadania para suspender, bloquear ou cancelar benefícios a partir de indicativos de irregularidades.

O relatório também informa que R$ 44,4 milhões do que foi pago em benefícios irregulares já foram devolvidos à União. Os R$ 764,5 milhões restantes ainda dependem da “adoção de providências pelo Ministério da Cidadania”.

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A CGU recomenda que a pasta verifique as inconsistências cadastrais apontadas pela auditoria, realize ajustes nas bases de dados dos beneficiários, avalie a adoção de “medidas para solicitação de devolução” dos recursos e tome “providências operacionais” para evitar novos pagamentos indevidos.

Procurado pelo iG, o Ministério ainda não respondeu. O espaço permanece aberto para o posicionamento da pasta.

O governo pagou o auxílio emergencial de R$ 600 entre abril e agosto de 2020, para reduzir os impactos econômicos da pandemia de Covid-19. Depois, o prorrogou por mais quatro meses em valor menor, de R$ 300. A CGU analisou esses pagamentos por meio de cruzamento de dados.