Marília

Processo apura adulteração em cena de morte no motel; ex-mulher é averiguada

Processo apura adulteração em cena de morte no motel; ex-mulher é averiguada

A 2ª Vara Criminal de Marília instaurou procedimento específico para investigar adulteração da cena do crime na morte do ajudante Daniel Ricardo Silva, 37, no Motel Fênix da cidade na manhã de 31 de outubro, em procedimento desmembrado a partir do processo principal, que trata da acusação de homicídio.

O novo procedimento tem como averiguada a cabo da Polícia Militar Adriana Luiza da Silva, ex-companheira do coronel da reserva na Polícia Militar Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, que está preso pela morte de Daniel.

Adriana, que vivia em união estável com o coronel na época do crime, confessou manter relacionamento amoroso com a vítima – tiveram um encontro até a madrugada do dia 31 -.

Ela é acusada de retirar o telefone de Daniel da cena do crime após a morte. O aparelho foi devolvido depois. Um pedido da defesa do coronel já provocou ordem judicial para quebra do sigilo e desbloqueio do aparelho.

O objetivo é apurar se Adriana fez adulteração em arquivos ou na memória. Eventual resgate das mensagens, além de possíveis novas provas no caso, pode mostrar também momento em que os arquivos foram adulterados.

Não é a única informação envolvendo a policial em tramitação no caso. A investigação deve receber dados de um processo instaurado para dissolver a união estável entre ela e o coronel foi aberto após o crime. O procedimento tramita em sigilo.

A Justiça criminal já solicitou – mais uma vez a pedido da defesa de Dhaubian – documentos deste processo de separação para anexar à investigação contra Dhaubian. Não há detalhes sobre quais as informações ou o motivo da inclusão deste material no processo.

APURAÇÃO NA PM

Adriana já seria também alvo de procedimento da Polícia Militar sobre o caso. Além da acusação formalizada de adulterar a cena do crime, uma arma de uso profissional virou peça chave no processo.

Ela estava lotada em Oriente na época do crime e a arma que recebe da corporação, uma pistola .40, foi encontrada próxima ao corpo de Daniel. Adriana diz que a arma foi deixada em seu quarto e retirada sem seu conhecimento.

O coronel Dhaubian diz que o ajudante sacou a pistola e pretendia mata-lo, por isso atirou em legítima defesa. Uma laudo da perícia diz que a arma foi colocada na cena.

A defesa do coronel contesta o laudo e diz que a posição da arma também sofreu adulteração no local após o crime.

DESMEMBRAMENTOS

A instauração do novo procedimento é o segundo caso de investigação desmembrada a partir do processo principal. No primeiro o coronel é investigado também por posse ilegal, venda e porte de armas.

É uma situação criada pela apreensal do que a polícia chamou de um “arsenal” em dois endereços do coronel – a chácara onde vivia anexa ao motel em Marília e um motel em Garça, parte de uma rede de empresas do setor que Dhaubian controla com a família.

O coronel é caçador e colecionador mas a polícia investiga a origem, cadastro e controle de todas as armas encontradas, que inclui armas de caça, pistolas, munições diversas e peças de colecionador.