
A mesa diretora da Câmara de Marília apresentou dois projetos para reajuste salarial e aumento do valor do auxílio saúde pago a inativos na esteira das propostas oficiais da prefeitura na campanha salarial dos servidores da administração.
A medida repete uma tradição do legislativo em oferecer os mesmos reajustes aos funcionários da casa e mantém um padrão de benefícios muito acima da prefeitura.
O auxílio saúde, por exemplo, deve ficar em R$ 781,00. O projeto da prefeitura para reajuste prevê valor de R$ 330,00, menos da metade.
A situação já existe também no vale alimentação. Enquanto a prefeitura paga R$ 420, a Câmara paga R$ 932. A campanha salarial pode levar o vale da administração para R$ 520, ainda muito abaixo. A equiparação era uma das reivindicações dos servidores, já abandonada.
Nenhum dos projetos está na pauta de votações divulgada para a sessão da terça-feira – seria na segunda, mas foi adiada em função do feriado municipal – mas a direção da Câmara já divulgou que todos podem ser acrescentados.
Além do menor número de servidores a serem impactados pelos reajustes, a Câmara tem uma situação financeira definida e confortável para fazer os reajustes.
Recebe percentual fixo do orçamento municipal independente da arrecadação e tradicionalmente tem sobra de recursos, que devolve como e quando quiser. Pode gastar com os funcionários.
A apresentação dos projetos da Câmara é mais um indicador de que a campanha salarial dos servidores, que chegou a aprovar uma proposta de greve por tempo indeterminado, tem poucas chances de ir além dos 3% oferecidos pela prefeitura – e rejeitados em assembleia -.
Impedidos pela Justiça de fazer a greve, ameaçados de descontos dos dias parados e de multas diárias, os trabalhadores ficam com poucas opções de enfrentamento. Tudo a ser definido na próxima terça-feira.