Economia

Governo prorroga por dois anos pagamento de perícias judiciais

Governo prorroga por dois anos pagamento de perícias judiciais Governo prorroga por dois anos pagamento de perícias judiciais Governo prorroga por dois anos pagamento de perícias judiciais Governo prorroga por dois anos pagamento de perícias judiciais
Governo prorroga por dois anos pagamento de perícias judiciais


source

O suplício de segurados que dependem de perícia médica judicial para concessão de benefício no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) parece estar chegando ao fim. O presidente Jair Bolsonaro, no último dia do prazo, sancionou o Projeto de Lei 4491/2021, aprovado em março passado pelo Congresso. O PL define o pagamento dos honorários dos médicos peritos judiciais pelo Poder Executivo por mais dois anos. A expectativa do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP) é de que o governo envie, com celeridade, a proposta de Lei Orçamentária para autorizar a alocação desta despesa.

Segundo Diego Cherulli, vice-presidente do IBDP, além de dispor sobre a obrigação definitiva de o Poder Executivo custear, o texto do PL aprovado também dispõe sobre algumas regras processuais e sobre a “contribuição única”, que deixou de existir e deu lugar ao “divisor mínimo”.

Entre no  canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia 

Segundo ele, a contribuição única era prejudicial aos segurados e ao acesso à Justiça. Nela o segurado com poucas ou nenhuma contribuição de julho de 1994 até a data da aposentadoria teria que pagar uma única contribuição no teto previdenciário do período para ter direito a um benefício, em média, equivalente a 60% do teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que equivale a R$ 4.213,20, segundo o IBDP.

O governo propôs então um mínimo divisor de 108 contribuições entre julho de 1994 até a data da aposentadoria, impedindo, desta forma, manobras para supervalorizar benefícios previdenciários sem custeio.

“Foi aprovado um destaque que suprime do texto a obrigação de apresentar documento expedido pelo empregador em ações judiciais que pleiteam benefícios por incapacidade”, aponta o advogado.

Do próprio bolso

A falta de recursos para bancar honorários de peritos

judiciais nas ações movidas contra o INSS, conforme o EXTRA tem mostrado, se arrasta desde setembro do ano passado, quando foram suspensos os pagamentos por parte do governo federal. Desde então, quando a Justiça determina a realização de um exame pericial, o processo é paralisado. Com isso, vem se formando uma enorme fila de ações paradas por falta de avaliações médicas do Judiciário.

A situação ocorreu devido ao fim da vigência da Lei 13.876/2019, que havia estabelecido que o Poder Executivo era o responsável pelo pagamento das perícias nas ações por um período de dois anos. No entanto, esse prazo se esgotou no dia 23 de setembro do ano passado. E desde então os processos estagnaram.

Enquanto nada se resolve, e os recursos não são alocados, os segurados do INSS que dependem de perícias para terem seus benefícios concedidos tiram dinheiro do próprio bolso para custear o atendimento pericial. Segundo o IBDP, os beneficiários estão, inclusive, sendo notificados pela Justiça para que paguem os exames médicos.

“Quando as perícias médicas do INSS, responsáveis por mais de 50% da judicialização contra o órgão, são indeferidas na via administrativa, a maioria dos casos vai parar na esfera judicial para que possa ser reavaliada a existência ou não da incapacidade para o trabalho. Para isso, o juiz determina que nova perícia seja realizada por um perito de confiança do Juízo”, explica Adriane Bramante, presidente do IBDP.

O custo de uma ação pode chegar a R$ 3.102,80, no caso de um trabalhador que recorre à Justiça contra o INSS para conseguir um benefício por incapacidade. Segundo uma resolução do CJF, a perícia judicial em ações contra o INSS pode chegar a R$ 248,53. Já as taxas cobradas pela Justiça em diferentes etapas do processo variam de acordo com o Tribunal e o valor total da ação.