Economia

Especialista cita riscos de usar FGTS para comprar ações da Eletrobras

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Especialista cita riscos de usar FGTS para comprar ações da Eletrobras


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Até a próxima quarta-feira (8), trabalhadores poderão usar recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para comprar ações da Eletrobras, no processo de capitalização da empresa. A expectativa é que a oferta movimente em torno de R$ 30 bilhões, no total, e a precificação está prevista para a próxima quinta-feira (9).

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O valor mínimo da aplicação é de R$ 200, e o limite máximo de investimento deve ser equivalente a 50% do saldo disponível em cada conta vinculada do FGTS.

Mas, para o presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN), Reinaldo Domingos, essa opção é muito arriscada para os trabalhadores.

“Muito me preocupa a forma como vem sendo divulgada esse tema, como sendo sempre uma ótima opção, escondendo os riscos existentes. Ao buscar a compra de ação nesse formato, o trabalhador está pegando o dinheiro fundamental do FGTS e colocando em um empreendimento, sendo que colocar dinheiro em ações é comprar parte de uma empresa”.

Para ele, essa iniciativa implica tirar dinheiro de um lugar seguro e colocar em algo de maior risco. “Realmente, o dinheiro do FGTS tem um rendimento baixo, mas é uma garantia em caso de uma emergência e também uma garantia para a aposentadoria. Infelizmente, grande parte das pessoas não percebem os riscos existentes na compra de ações, não sabem lidar com elas e podem perder dinheiro”, alerta Domingos.

Outro ponto de preocupação apontado pelo presidente da ABEFIN é que o trabalhador só poderá usar esses recursos depois de 12 meses e caso seja demitido ou então atenda algum outro requisito de saque do FGTS. E se a ação estiver em baixa quando puder usar, poderá perder dinheiro.

“Acredito que o governo poderia dar outras opções para os trabalhadores utilizarem o valor do FGTS, como um investimento no Tesouro Selic, por exemplo. Isso garantiria muito mais segurança ao trabalhador e uma boa rentabilidade. Maior, inclusive, do que deixar o dinheiro no FGTS”, sugere Reinado Domingos.

Outro ponto destacado por ele é de que grande parte dos brasileiros não entende de educação financeira e muito menos de investimento. Ele ressalta que isso já aconteceu na Petrobras no passado e teve pessoas que perderam dinheiro. 

Assim, não tem como apoiar essa decisão sem que se tenha um debate e esclarecimento maior sobre o tema. “Também é preciso dar outras opções para o trabalhador e sempre reforçar sobre a importância do FGTS para o futuro, sendo esse dinheiro fundamental para as pessoas”, finaliza Domingos.