
Suéllen da Silva Bertoletti e César Augusto da Silva, filha e genro presos há um ano em Marília pela morte do soldado H.C.B., de 56 anos, devem responder pelo crime no Tribunal do Júri Popular. A decisão é da 2ª Vara Criminal da cidade e os dois já recorreram contra a medida.
O juiz Paulo Gustavo Ferrari disse na sentença de pronúncia, que leva o caso para o Júri, que “há indícios suficientes da autoria imputada aos réus”.
Ele já abriu prazo para que os dois acusados apresentem os argumentos de seu recurso mas decidiu que eles seguem presos neste período.
O crime aconteceu em 21 de junho do ano passado. O soldador foi encontrado morto em seu apartamento no conjunto de prédios da CDHU na zona sul da cidade. Apresentava ferimentos graves com cortes além de hematomas e outras lesões.
Os dois acusados, que estavam juntos há alguns meses, moravam com a vítima no apartamento e a polícia encontrou áudios e mensagens da filha com reclamações sobre o pai.
Moradores relataram sinais e barulhos de briga no apartamento. O laudo da perícia mostrou detalhes das diferentes lesões, manchas de sangue em diversos pontos do apartamento.
César foi detido em um bar próximo. Tinha ferimentos nas mãos e mancha de sangue nas roupas, “muito embriagado e drogado, a ponto de ser impossível conversar com ele”, disse um policial em depoimento.
Suellen, que foi detida no conjunto de prédios e também apresentava hematomas, mas negou envolvimento o crime. Os dois trocaram acusações na Justiça.
César disse que viu a mulher agredir o pai naquela noite e que ela “frequentemente maltratava” o soldador, que havia sofrido um AVC.
A filha afirmou que César estava dormindo, foi acordado por gritos do soldador e atacou o sogro. Ela disse ainda que interveio e foi agredida por ele, então decidiu fugir. Também acusou o companheiro de agredir frequentemente a vítima.
O laudo do caso aponta várias lesões no corpo do soldador, “o que sugere a hipótese de espancamento”, além de lesões mais antigas, de diferentes datas, com sinais de maus tratos.