Economia

Governo quer votar PEC Eleitoral até quarta, sem novos benefícios

Governo quer votar PEC Eleitoral até quarta, sem novos benefícios Governo quer votar PEC Eleitoral até quarta, sem novos benefícios Governo quer votar PEC Eleitoral até quarta, sem novos benefícios Governo quer votar PEC Eleitoral até quarta, sem novos benefícios
Governo quer votar PEC Eleitoral até quarta, sem novos benefícios


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O governo federal está negociando com lideranças da Câmara dos Deputados, incluindo o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para evitar que o texto da  PEC Eleitoral seja alterado. O objetivo do Palácio do Planalto é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja votada na quarta-feira (6). Isso permitiria ao governo começar a  pagar os benefícios previstos com a proposta ainda neste mês , como o Auxílio Brasil turbinado, o vale-gás dobrado e o “Pix Caminhoneiro”.

O deputado Danilo Forte (União-CE), relator da PEC, já avisou que estuda incluir um auxílio para motoristas de aplicativo e retirar a menção ao estado de emergência do texto. Essa posição desagradou ao governo Jair Bolsonaro. 

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“Queremos o texto do Senado”, disse ao GLOBO o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), indicando não querer a inclusão de novos benefícios.

O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), disse que o ideal é que não haja mudanças e sugeriu que melhorias no texto seja feita depois, em uma tramitação separada:

“A melhor condição é que não tenha mudança. Mas pode ser que, a exemplo de várias legislações, usa depois outros instrumentos para melhorar o tema. O ideal é que não tenha mudança na PEC.”

Uma possível alteração na PEC atrapalha os planos do governo porque pode obrigar a proposta a voltar ao Senado, às vésperas do recesso parlamentar, embolando o desejo de Bolsonaro de começar a pagar os benefícios que serão viabilizados pela nova legislação ainda neste mês.

A expectativa é que o relatório de Forte seja votado na quarta-feira (6) na comissão especial da Câmara dos Deputados. Se aprovada, a PEC seria levada ao plenário, onde precisa do apoio mínimo de 308 parlamentares em votação em dois turnos.

Força-tarefa do Planalto

Ministros e lideranças do governo entraram em campo para convencer a base aliada a não fazer alterações, principalmente com relação ao estado de emergência, que visa a tentar blindar Bolsonaro em relação às restrições vigente de concessão e aumento de benefícios perto da eleição. 

Em conversas nas últimas horas, interlocutores do governo têm dito aos deputados que, se houver atrasos, os benefícios podem começar a ser pagos só em agosto, o que pode ser tarde demais para a estratégia eleitoral de Bolsonaro, com dificuldades de crescer nas pesquisas em que figura em segundo lugar, muito distante do líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No Planalto, as negociações sobre a PEC estão sendo conduzidas pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, em linha direta com Lira, que está alinhado com o governo. O ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria Júnior, também participa das conversas.

O governo vê a PEC como fundamental para melhorar a popularidade de Bolsonaro. Por isso, quer que a medida surta efeito na ponta o quanto antes — ou seja, que o dinheiro caia na conta de potenciais eleitores o mais rápido possível. Outra estratégia é destacar a necessidade de ação rápida para atender a população mais vulnerável, o que coincide com o discurso da oposição. Parlamentares da oposição votarão a favor da PEC, assim como ocorreu no Senado, mas tentam adiar o processo para mitigar os eventuais impactos da proposta a Bolsonaro.

Pacote de ‘bondades’ eleitoreiras

A PEC libera um gasto de R$ 41,2 bilhões para ampliar o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, além criar benefícios com o “Pix Caminhoneiro” (de R$ 1.000 mensais) e um auxílio para taxistas.

Para liberar esses gastos e driblar a lei eleitoral, a PEC institui um estado de emergência no Brasil até dezembro. A lei das eleições proíbe a criação de auxílios durante o ano do pleito, a não ser em casos de emergência e calamidade.

Uma mudança na Constituição só pode entrar em vigor se houver uma convergência dos textos aprovados na Câmara e no Senado. Nesse caso, é preciso mudar a Constituição para furar o teto de gastos (regra que trava as despesas federais), driblar outras regras fiscais e também a legislação eleitoral.

Inclusão dos motoristas de aplicativos

O relator da  Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Eleitoral na Câmara, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), disse em entrevista ao jornal Estado de São Paulo que pretende incluir a categoria dos motoristas de aplicativo como beneficiários do auxílio-gasolina , que deve pagar também para caminhoneiros e taxistas.

“A gente tem que resolver como vai ficar a questão do Uber, porque a finalidade do serviço é a mesma [dos taxistas]. Então, esse é um problema, inclusive, que eu vou conversar segunda (4) e terça-feira (5) em Brasília para ver como a gente atende a essa demanda. Tem que ver se tem algum instrumento de controle para que a gente possa trabalhar isso. Na terça de manhã, a gente vai fazer uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e os líderes da oposição. Na terça-feira ao meio-dia, com os líderes da base. Eu acho que ninguém vai ter coragem de ir ao microfone para se opor a um projeto que leva benefícios para as pessoas mais carentes. Eu acho que a gente precisa discutir melhor essa questão”, disse Forte ao Estadão.