
A fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em conjunto com Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado destruiu 15.531 mudas de citros em propriedades de Herculândia após três dias de atividades na cidade, a 60km de Marília..
O trabalho mobilizou 12 agentes e na quarta-feira registrou situações de ameaças quando uma estrada vicinal foi bloqueada para impedir a saída dos fiscais de uma propriedade. A equipe foi escoltada por policiais rodoviários federais para deixar o local.
Os agentes visitaram 11 propriedades e pelo menos outras dez tiveram tentativas de fiscalização, mas estavam com as porteiras trancadas.
A Coordenadoria lavrou dois autos de infração, um deles referente a um veículo transportando mudas cítricas – que foram destruídas porque esse tipo de transporte é proibido em todo o país. Foram destruídas lotes de 5.161 mudas de três viveiros e 10.370 mudas de outros quatro viveiros.
Já o Ministério lavrou oito termos de fiscalização, dois termos de interdição e um auto de infração. Esse último e as interdições ocorreram porque os viveiristas não tinham registro no Renasem, registro único para produção, beneficiamento, reembalagem, armazenamento, análise ou comércio de sementes ou de mudas.
Segundo o Ministério, a maioria dos viveiristas de Herculândia não produz as mudas cítricas no município. Eles adquirem de outras regiões do país, o que dificulta a regularização.
“Nos diálogos com os comerciantes e viveiristas confirmamos que a grande maioria deles sabe da existência das normas de produção e armazenamento e da proibição nacional da venda ambulante de mudas cítricas”, explicou o engenheiro agrônomo Danilo Romão, assistente técnico de Defesa Agropecuária da CDA Regional Marília, que coordenou as ações na quarta-feira.
Nos últimos três anos, muitos deles participaram das reuniões com as autoridades municipais e também com integrantes da Secretária de Agricultura em diversas ocasiões, quando foram orientados sobre as formas de regularização.
“Esta ação realizada em Herculândia é continuação das ações de combate ao Huanglongbing – HLB, também conhecida como greening, e ao cancro cítrico, já realizadas nas regionais de Limeira, Marília e de Barretos, por exemplo, além das ações de fiscalização no trânsito”, explicou ele.
De acordo com a CDA, em todos os viveiros fiscalizados em Herculândia, as mudas cítricas em quase totalidade possuíam sintomas característicos de cancro cítrico e algumas já apresentavam sintomas de greening.
“As mudas destruídas não possuíam qualquer comprovação de origem, estavam sendo mantidas em sacolas plásticas com terra, o que proporciona a disseminação de nematoides e do fungo causador da gomose, pragas que são extremamente prejudiciais a diversas outras culturas também”, afirmou.
A compra de mudas sem registro é um risco não só para quem compra, mas para toda produção agrícola ao redor da área em que se planta uma muda de origem desconhecida. Ela pode transportar inumeráveis pragas e doenças de difícil ou até impossível controle para a região.
“É um ato inconsequente dos produtores de mudas fazerem esse tipo de comércio irregular para um país que tem na agropecuária a base da economia”, explicou Danilo Tadashi Kamimura, chefe da Divisão de Defesa Agropecuária (DDA) da superintendência.