Marília

Ex-mulher do coronel Dhaubian vira ré por adulterar cena da morte no motel Fênix

Adriana com o coronel Dhaubian: agora separados, ele presos e ela processada após morte
Adriana com o coronel Dhaubian: agora separados, ele presos e ela processada após morte

A Segunda Vara Criminal de Marília aceitou a denúncia do Ministério Público contra a policial militar Adriana Luiza da Silva, acusada de fraude na cena da morte do ajudante Daniel Ricardo Silva, dia 31 de outubro de 2021, no Motel Fênix em Marília.

Adriana era na época a mulher do coronel da reserva Dhaubian Braga Brauioto Barbosa – viviam em união estável – preso dias depois acusado de matar o ajudante, com quem Adriana mantinha um relacionamento amoroso.

Daniel na chegada ao motel, minutos antes de morrer; celular removido

Segundo a denúncia, após o crime ela retirou do local o celular de Daniel antes que a perícia técnica pudesse analisar conteúdo de mensagens. O celular, que ainda hoje segue bloqueado, nunca foi periciado e considerado prova importante pela defesa do coronel..

“Ao prestar declarações perante a Autoridade Policial, a denunciada omitiu o vínculo que possuía com Daniel. Ainda, declarou que havia contratado Daniel para gravar as conversas de seu companheiro Dhaubian, pois desconfiava que estava sendo traída”, disse o Ministério Público na denúncia.

O juiz Paulo Gustavo Ferrari disse na decisão que a denúncia apresenta prova da materialidade e indícios da autoria, exigidos para a instauração do processo contra a policial. A medida abre o caso oficialmente e dá prazo à Adriana para apresentar sua defesa, lista de testemunhas e provas a serem produzidas.

A decisão destacou ainda que a decisão não representa reconhecimento de culpa ou condenação, mas a indícios de autoria do crime que justificam processamento do caso.

A perícia policial o local da morte no Motel Fênix

Adriana e Dhaubian, que responde a processo por homicídio e segue preso há quase um ano, separam-se judicialmente durante a investigação da morte de Daniel.

O coronel diz que atirou em legítima defesa e que havia um plano da companheira, com quem vivia desde 2012, e de Daniel para provocar sua morte e viverem com frutos de sua herança.

O coronel dirige com a família uma rede de motéis, além da chácara em que vivia com a mulher, nos fundos do Motel Fênix. Caçador e atirador esportivo, mantinha um arsenal em sua casa.

Além do homicídio, ele é investigado também por adulterar cena do crime. Teria colocado no local uma arma – a pistola que Adriana usa na PM – para justificar os disparos contra Daniel. Segundo relatório da perícia, a arma foi deixada no local após os disparos e não poderia ter sido usada por Daniel.

A chegada ao motel e o local dos disparos na manhã em que Daniel morreu

Daniel, um ex-presidiário que vivia no motel onde era ajudante geral, havia acabado de chegar ao local após uma noite em encontro com Adriana em motel de Assis. Caminhava no corredor em direção a seu quarto quando encontrou Dhaubian.

Foi atingido por disparos, ainda caminhou próximo a alguns dos quartos em direção à saída, até morrer no local. Dhaubian fugiu e só se apresentou dias depois para depoimento, quando foi preso e levado ao presídio Romão Gomes, destinado a policiais militares, em São Paulo.