O juiz Paulo Gustavo Ferrari, da 2ª Vara Criminal de Marília, autorizou uma nova tentativa de desbloquear dois celulares na investigação da morte de Daniel Ricardo Silva, na manhã de 31 de outubro de 2021 no Motel Fênix de Marília.
É a terceira vez que a perícia técnica do Instituto de Criminalística tenta o procedimento e a segunda com participação de assistentes da defesa do acusado, o dono do motel, Dhaubian Braba Brauioto Barbosa, que é também coronel da reserva na Polícia Militar, e está preso desde novembro de 2021.
Os alvos são os celulares da vítima e da ex-companheira do coronel, a também policial militar Adriana Luiza Silva, com quem Daniel mantinha um relacionamento amoroso e esteve até poucas horas antes de ser morto. O objetivo é analisar mensagens e eventuais acordos ou planos dos dois que pudessem envolver danos ao coronel.
A nova ordem de perícia atende pedido após troca do advogado responsável pela defesa do coronel, que já havia tentado uma autorização para fazer o desbloqueio fora do instituto de criminalística, o que foi negado.
Dhaubian já foi encaminhado para julgamento pelo Tribunal do Júri Popular, uma decisão sem condições de recursos.
No mesmo despacho, o juiz Paulo Ferrari autoriza acesso da defesa a outros documentos e também determina que após a nova tentativa o caso seja encaminhado “com urgência” à 1ª Vara criminal, responsável pela agenda do Júri Popular.
O CASO
Daniel Ricardo, 37, egresso do sistema prisional, era funcionário no Motel, que integra uma rede gerenciada pelo coronel e sua família. Já havia trabalhado para Dhaubian quando ainda cumpria pena no Centro de Ressocialização de Marília.
Ao ser libertado, foi contratado como assistente para atuar em obras e morava no motel. Próximo ao feriado de finados, passou a noite do dia 30 e a madrugada do dia 31 com a companheira do coronel em um motel de Assis. Retornou de ônibus e chegou ao Motel Fênix pela manhã.
A caminho do seu quarto, encontrou Dhaubian no corredor e ocorreram os disparos. O ajudante ainda caminhou alguns passos até morrer próximo a uma das suítes.
Dhaubian alega legítima defesa, diz que o ajudante estava armado com uma pistola que Adriana usava na polícia e que havia um plano do casal para provocar sua morte e deixar a mulher com a herança. A perícia técnica aponta que a arma de Adriana foi plantada na cena do crime.