Sérgio Fleury Moraes, um dos mais tradicionais e inovadores jornalistas do oeste paulista, faleceu nesta sexta-feira aos 64 anos no Hospital Amaral Carvalho, de Jaú.
Nascido em Santo Anastácio, fundou o jornal Debate na pequena Santa Cruz do Rio Pardo, em que cresceu a partir dos quatro anos, ícone do jornalismo do interior paulista, com momentos de repercussão nacional.
Adotou uma linha independente e de enfrentamentos que renderam a ele perseguição política e judicial. Chegou a ficar 19 dias em detenção por manter publicações de investigação sobre gestão pública em meio a ordens de censura.
O caso chegou à coluna do jornalista Clóvis Rossi, no jornal Folha de S.Paulo, e levou Sérgio também ao programa do Jô, do apresentador e humorista Jô Soares.
As manifestações e a história do Debate repercutiram especialmente durante regulamentação e discussão da liberdade de imprensa.
Começou o jornal na garagem de casa, contra a vontade do pai, o professor Celso Fleurt Moraes, que esperava ver o filho formado em jornalismo.
Lançou as primeiras edições com uso de uma impressora de um informativo político que deixou de circular. Mas a independência política de Sérgio não combinou com a vontade dos donos da máquina.
O Debate deixou de circular, o pai sonhou com Sérgio cursando engenharia, em São Paulo, o jovem Sérgio viajou à capital. E voltou com uma nova impressora.
Estava em tratamento de um agressivo caso de cÂncer. Deixa três filhos: Caio e André Hunnicutt Fleury Moraes; e Sérgio Fleury Moraes Júnior -, além dos irmãos Cibele, César, Neide e Neusa. Não há informações sobre o velório.